Após notícias circularem na internet, Copasa esclarece sobre suposta contaminação em água

Moradores de Montes Claros, no Norte de Minas, relataram preocupação após circular nas mídias sociais que, duas substâncias que geram riscos à saúde, foram detectadas na água da cidade.

Segundo a fonte, ONG Repórter Brasil, um levantamento inédito revelou que mais de 700 cidades brasileiras tiveram fornecimento de água contaminada entre os anos de 2018 e 2020. Ainda de acordo com o veículo de comunicação, a água que saia da torneira das cidades testadas, apontaram substâncias químicas e radioativas, e se consumidas diariamente, aumentam o risco de câncer.

Diante do exposto, muitos foram os comentários dos montes-clarense nas redes sociais, e em um deles, a moradora demonstra preocupação e exige uma resposta dos órgãos responsáveis para resolver ou se posicionar com a situação.

“Uma falta de respeito com o cidadão!! Quero esclarecimentos @copasa_mg @aquitemcopasa !! Água cara e contaminada?!? Aí vem dizer isso agora? Kd as fiscalizações sanitárias que liberam a água para consumo???? Foram parar aonde???”, diz.

Outra reportagem publicada pela “apublica.org” conta que, as substâncias encontradas foram os trihalometanos, provenientes de um grupo de compostos químicos e orgânicos que derivam do metano. Ele inclui substâncias como o clorofórmio, classificado como possivelmente cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC). A exposição oral prolongada a esta substância pode produzir efeitos no fígado, rins e sangue.

A segunda foi o Mercúrio (Substâncias Inorgânicas), classificado como possivelmente cancerígeno pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, devido ao aparecimento de tumores de estômago, na tireoide e renais em animais. Além disso, a exposição prolongada ao mercúrio afeta os rins e pode alterar o tecido testicular, aumentar as taxas de reabsorção e gerar anomalias no desenvolvimento. Os compostos inorgânicos de mercúrio são utilizados em alguns processos industriais e na produção de outras substâncias químicas.

Com toda exposição, o Portal Webterra recebeu muitos questionamentos de leitores/ internautas, preocupados e solicitando uma apuração. Nossa equipe de jornalismo entrou em contato com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais – Copasa, responsável pela prestação de serviços de saneamento na maior parte do estado mineiro, a fim de apurar a veracidade dos fatos, e recebemos o seguinte retorno:

“Em resposta à reportagem recém-publicada sobre o Mapa da Água no país pelo Repórter Brasil, respeitado veículo de comunicação pautado por atuações nas áreas dos direitos fundamentais dos cidadãos e do meio-ambiente, a Copasa vem esclarecer que produz e distribui a água tratada para seus usuários em estrita obediência aos padrões de vigilância e potabilidade estabelecidos pela legislação vigente, conforme portaria GM/MS 888/2021 do Ministério da Saúde. Para isso a rede laboratorial da empresa está estruturada em centenas de laboratórios locais nas unidades operacionais, em laboratórios regionais e central, para a realização das análises, controle e vigilância da qualidade da água. De forma sistemática, resultados anômalos ocasionais nas análises de qualidade de água dão origem a novas campanhas amostrais, com a verificação do histórico geral de qualidade do sistema envolvido, inspeção sanitária para identificar eventuais causas e providências imediatas para a eliminação dessas causas e correção deproblemas pontuais constatados”, diz trecho da nota.

A companhia ressaltou ainda que, dos 76 municípios identificados em Minas Gerais pela reportagem do Mapa da Água, a Companhia é responsável pela prestação de serviços de 50 desses, representando o percentual de 66% do total observado, e descarta a informação vinculada nas mídias.

“A Copasa tranquiliza todos os seus usuários, informando que a vigilância e o rigoroso controle da qualidade da água configuram-se como um processo valoroso para a empresa, razão pela qual salienta que a água tratada e distribuída se encontra dentro dos padrões de potabilidade, não representando quaisquer riscos à saúde das populações atendidas. Não obstante e por força de ofício, para os municípios abordados pela reportagem está sendo realizado internamente um levantamento pormenorizado das observações registradas pelo jornal Repórter Brasil, com todo o detalhe e rigor técnico que o tema requer, para que sejam elididas quaisquer dúvidas ainda remanescentes”, finaliza nota.