Após registro de morte por dengue no Norte de Minas, Secretaria intensifica ações para conter avanço da doença

Inseto aeds aegypti popularmente conhecido como mosquito da Dengue. Vetor transmissor da doença.

A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) está com visita técnica em andamento no município de Espinosa, no Norte de Minas. O objetivo é intensificar as ações voltadas para o controle das arboviroses, as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypt (dengue, febre chikungunya, zika vírus e febre amarela). O município registrou a primeira morte causada por dengue este ano no estado.

A coordenadora de vigilância em saúde da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, explica que a equipe técnica da SES-MG está avaliando outros casos suspeitos de dengue ocorridos neste ano em Espinosa. Os trabalhos iniciados em 21/2 têm como base prontuários e fluxos de atendimentos realizados nos serviços de atenção primária em saúde e na rede hospitalar.

“Dois óbitos suspeitos de terem sido causados por dengue ocorreram na zona rural. Por isso, é importante também investigar a relação com a febre amarela e orientar os profissionais de Saúde sobre a necessidade do aumento das coberturas vacinais contra a doença”, alerta a coordenadora.

Os técnicos da SES-MG também estão analisando os fluxos de atendimento de usuários dos serviços de Saúde. A iniciativa visa apoiar o município caso as equipes dos serviços de Atenção Primária à Saúde e do hospital municipal necessitem atualizar protocolos de atendimentos de pacientes com suspeita de dengue, febre chikungunya, zika vírus ou febre amarela.

Vigilância laboratorial

Foto: SES / Montes Claros.

Outro ponto de atenção da SES-MG é o repasse de orientações aos profissionais de Saúde de Espinosa quanto à vigilância laboratorial, com a coleta de amostras para realização de exames com o objetivo de identificar o sorotipo circulante no município.

Agna Menezes lembra que, em janeiro deste ano, a SES-MG já apoiou o município de Espinosa nas ações de combate à proliferação do Aedes aegypti. Devido ao alto índice de infestação do mosquito, foi necessária a aplicação de inseticida na área urbana com utilização de equipamentos de Ultra Baixo Volume Veicular (UBV) e aerosystem, também no interior de domicílios.

Já o Laboratório Macrorregional da SES-MG, sediado em Montes Claros, tem realizado a análise de amostras coletadas pelos serviços de Saúde de Espinosa para identificação das doenças que estão acometendo a população.

Os trabalhos da equipe técnica contam com a participação da coordenadora estadual de Vigilância do Óbito, Salete Maria Novaes Diniz; da referência técnica da Coordenadoria Estadual de Arboviroses, Elizabeth Regina; da referência técnica do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (CIEVS-MG), Maria Carolina Santos Maciel; do coordenador de Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, Valdemar Rodrigues dos Anjos, e das referências técnicas de Vigilância Ambiental Ildenir Meirelles e Ronildo Barbosa e, também, da referência técnica em vigilância das Arboviroses, Cássia Nely Morais.

Notificações

Até 15/2, Minas Gerais registrou 4.791 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) de dengue. Desse total, 1.289 casos foram confirmados para a doença. Houve um óbito confirmado pela doença no estado, e dois óbitos são investigados, até o momento.

Em relação à febre chikungunya, foram registrados 317 casos prováveis da doença, dos quais 30 foram confirmados. Até então, não há nenhum caso de óbito confirmado, ou mesmo investigado, por chikungunya em Minas.

Quanto ao vírus zika, foram registrados nove casos prováveis, sendo três confirmados para a doença. Também não há óbitos por zika em Minas Gerais até o momento.

Desde 2018 não há registros de casos nem de óbitos por febre amarela urbana em Minas Geais.

As SES-MG monitora a incidência de arboviroses e publica, regularmente, o Boletim Epidemiológico, disponível neste link.

Prevenção

Não há vacina contra dengue, zika e chikungunya. A forma mais eficaz de evitar a doença é combatendo a proliferação do mosquito transmissor. A principal orientação é eliminar focos de água parada, com a adoção de medidas rotineiras, como tampar tonéis e caixas d’água; manter as calhas sempre limpas; deixar garrafas sempre viradas com a boca para baixo; limpar semanalmente vasos de plantas ou completá-los com areia; e limpar com escova ou bucha os potes de água para animais.

Em relação à febre amarela, além da atenção à proliferação do mosquito transmissor, a vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, sendo que para a pessoa que recebeu uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade está indicada a dose de reforço, independentemente da idade que tiver. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza vacina contra febre amarela para a população, gratuitamente, em qualquer época do ano.