Para o mineiro, todo dia é dia de queijo. Porém, mundialmente, hoje (20/01), é celebrado o Dia Mundial. Um momento especial para celebrar um dos alimentos mais gostosos de Minas Gerais e que já conquistou diversos paladares. Seja com café, no lanche, com doce de leite, goiabada, cachaça, petisco ou um bom vinho, opções não faltam.
Conheça a história
A fabricação do queijo teve seus primórdios na época do paleolítico. De acordo com a lenda, o queijo foi descoberto pelo Rei da Arcádia, Aristeu. No período primitivo o queijo era o leite coagulado sem a presença de soro. Já com a chegada da Idade Média, a produção dos queijos ficou limitado aos mosteiros católicos sendo desenvolvidos com as receitas dos monges. Com o passar do tempo a técnica para produção do queijo se transformou e o famoso queijo minas artesanal teve sua origem a partir de um tipo português produzido na ilha de São Jorge, arquipélago de Açores.
Inclusive, registros do botânico e naturalista Auguste de Saint-Hilaire informam que durante expedições pelo interior de Minas Gerais foram encontradas propriedades de portugueses que apresentavam criação de gado e fabricavam o queijo parecido com o identificado em Açores. Apesar das semelhanças encontradas entre esses queijos, o queijo minas artesanal tem um sabor único. Diversos estudiosos consideram que o clima e a geografia de Minas Gerais contribuem para que o estado tenha um queijo com o sabor tão especial.
Produção
Minas Gerais tem a maior bacia leiteira do país, com produção, em 2020, de 9,7 bilhões de litros, segundo o IBGE. O volume corresponde a 27% do total nacional, com 25,5 bilhões de litros, e registrou um crescimento de 2,6% com relação a 2019. Para se ter uma ideia de como a produtividade mineira é significativa, a quantidade de leite produzido em Minas é superior à destinada à fabricação de queijos em todo o país, de 8,7 bilhões de litros.
A secretária de Agricultura, Ana Valentini, destaca as perspectivas de um cenário ainda mais promissor para o setor a curto e médio prazos. “Temos programas de melhoramento genético de rebanhos, de recuperação de pastagens e de valorização dos queijos artesanais. Também é importante lembrar as pesquisas na área de laticínios com o nosso Instituto Cândido Tostes, vinculado à Epamig. Com isso, a expectativa é de que a produção de leite e derivados cresça muito no estado durante os próximos anos”, explica.
Novidades no setor
Para celebrar a data, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) de Minas Gerais inicia 2022 com novidades no setor. A primeira delas é a caracterização da região de Diamantina como produtora de Queijo Minas Artesanal (QMA). O trabalho de levantamento histórico e produtivo regional foi realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e o processo, já em tramitação na Seapa, segue para avaliação final e publicação pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
Atualmente, o estado possui oito regiões caracterizadas como produtoras de QMA – Araxá, Campos das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro, Triângulo Mineiro e Serras da Ibitipoca -, além de cinco regiões produtoras de outros tipos de queijos artesanais: Vale do Jequitinhonha, Vale do Suaçuí, Alagoa, Serra Geral (Norte de Minas) e Mantiqueira de Minas. Do total de 30 mil produtores em Minas, a Emater-MG estima que 9 mil deles estejam nas regiões caracterizadas.