A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) registrou 18.153 mil novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas. É o maior número de casos em um único dia desde o início da pandemia. Até então, o maior registro ocorreu em abril de 2021, quando foram notificados 16.479 casos. O número de óbitos notificados foi 11. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (12), no boletim epidemiológico.
O expressivo aumento no número de casos notificados de covid-19 ocorre por fatores como a transmissão comunitária da variante Ômicron, associado às aglomerações nos feriados de fim de ano e o relaxamento das medidas de cuidado, como o uso de máscaras. Além disso, o sistema do Ministério da Saúde apresentou instabilidade durante algumas semanas em função de ataque hacker, causando o represamento de dados.
O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, avalia que, apesar do aumento de casos, a mortalidade causada pela doença e a taxa de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) não aumentaram significativamente. “A única saída para a pandemia é a vacinação. As pessoas vacinadas têm menos risco de serem hospitalizadas e de evoluir para óbito. O cenário demonstra a importância da vacinação para conter as hospitalizações e os óbitos causados pelo coronavírus”, conclui.
Baccheretti destaca ainda a necessidade de se manter os protocolos sanitários para evitar a doença: lavagem constante das mãos, uso de máscara e distanciamento social. Tais medidas são necessárias, porque com o aumento dos casos pode elevar também a procura pelos serviços de atenção básica no Sistema Único de Saúde (SUS), causando pressão nos atendimentos.
Ômicron
De acordo com a coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (CIEVS-Minas), Eva Lídia Arcoverde Medeiros, a variante ômicron possui alta transmissibilidade, gerando um aumento expressivo da ocorrência de casos. Até o dia 6 de novembro, o estado havia confirmado 167 casos da variante, em praticamente todas as regiões.
“Atualmente, a ômicron já possui transmissão comunitária em Minas Gerais. Portanto, as medidas de segurança sanitária como o uso de máscaras, higienização das mãos e o distanciamento social devem ser reforçados neste momento para evitar a doença. Porém, graças ao avanço da vacinação os casos tendem a não evoluir para as formas graves da doença”, reforça Eva Lídia.
Para quem estiver com sintomas, a orientação, segundo a coordenadora, é cumprir o período de isolamento e buscar preferencialmente o posto de saúde, evitando a lotação das urgências, que estão priorizando os casos mais graves.
Ocupação de leitos
Apesar do aumento do número de casos notificados nas últimas semanas, Minas não observou um aumento significativo das taxas de ocupação dos leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Atualmente, a taxa de ocupação geral desses leitos é de 56,26% e a taxa de ocupação em decorrência de pacientes internados por covid-19 ou por suspeita da doença está em 9,64%.
Um mês atrás, em 10 de dezembro, a taxa de ocupação geral desses leitos era de 50,64% e a taxa de ocupação em decorrência de pacientes internados por covid-19 ou por suspeita da doença está em 6,49%.
“O que percebemos é que a vacina acaba intervindo na evolução dos casos. As pessoas se contaminam, mas não evoluem para casos graves. Portanto, é mais uma mostra de que a vacinação tem funcionando”, reforça a coordenadora do CIEVS.
Mundo
A doença segue em crescimento em outros países. O mundo registrou pela 1ª vez mais de 3 milhões de casos de Covid-19 em apenas 24 horas. É o 4º recorde diário de novos infectados nos últimos oito dias. Segundo dados compilados e divulgados nessa terça-feira (11) pelo “Our World in Data”, projeto ligado à Universidade de Oxford, foram 3,28 milhões de novos casos somente na última segunda-feira (10).