Mulheres vacinadas contra a Covid-19 experimentaram um leve atraso, de quase um dia, em seu ciclo menstrual, em comparação com as não vacinadas, aponta um estudo financiado pelo governo dos Estados Unidos e publicado nesta quinta-feira (6).
O número de dias de sangramento, no entanto, não foi afetado, concluiu a pesquisa, feita com quase 4 mil pessoas e publicada na “Obstetrics & Gynecology”. A autora principal, Alison Edelman, da Universidade de Ciências e Saúde do Oregon, disse à AFP que os efeitos são pequenos e devem ser temporários.
O leve aumento na duração do ciclo menstrual não é clinicamente significativo. Qualquer mudança de menos de oito dias é classificada como normal pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia.
Os cientistas analisaram no estudo dados anônimos de um aplicativo de acompanhamento da fertilidade entre mulheres de 18 a 45 anos que não usavam contraceptivos hormonais. Duas mil e quatrocentas participantes foram vacinadas, a maioria com a Pfizer (55%), seguida da Moderna (35%) e da Johnson & Johnson (7%). Foram incluídas para comparação cerca de 1.500 mulheres não vacinadas.
Entre o grupo vacinado, foram colhidos dados de três ciclos menstruais consecutivos antes da vacinação e de mais três ciclos consecutivos, incluindo o(s) ciclo(s) em que a vacinação ocorreu. Para as não vacinadas, os dados foram colhidos por seis ciclos consecutivos.
Resposta imunológica à vacina
Em média, a primeira dose da vacina foi associada a um aumento de 0,64 dia na duração do ciclo menstrual, e a segunda dose, a um aumento de 0,79 dia, na comparação do grupo vacinado com o grupo não vacinado. A resposta do sistema imunológico à vacina pode estar por trás da mudança.
“Sabemos que o sistema imunológico e o sistema reprodutivo estão relacionados”, explicou Alison. As alterações parecem mais acentuadas quando a vacinação é feita no início da fase folicular, que começa no primeiro dia do período menstrual (sangramento) e termina no início da ovulação.
Um subgrupo de mulheres que receberam duas doses da Pfizer ou Moderna no mesmo ciclo, em vez de dois ciclos diferentes, observou um aumento médio na duração do ciclo de dois dias, mas o efeito novamente parece ser temporário.
A equipe espera colher mais dados sobre os ciclos subsequentes entre as mulheres vacinadas, para confirmar um retorno de longo prazo à linha de partida, e expandir o estudo globalmente, a fim de diferenciar os efeitos entre as marcas de vacina.
[Com informações de O TEMPO]