Em Montes Claros, torcedores do Atlético-MG festejam conquista do bicampeonato brasileiro

Com muita euforia, milhares de atleticanos foram às ruas de Montes Claros soltar o grito de campeão Brasileiro 2021 nessa quinta-feira (2). A conquista foi confirmada sob muita emoção e após o triunfo de virada, por 3 a 2, contra o Bahia, na noite de ontem, na Fonte Nova, em Salvador-BA. O Atlético-MG faturou o bicampeonato após 50 anos, com destaque para os números expressivos no torneio.

Com o resultado, o time alvinegro chegou aos 81 pontos e não pode mais ser alcançado pelos adversários. Além disso, a vitória sobre o tricolor baiano foi a 25ª dos atleticanos no campeonato, tornando-se, ainda, o melhor visitante do Brasileirão ao somar 32 pontos conquistados fora de casa.

Nas redes sociais, o clube divulgou as comemorações na capital mineira, que começou ainda na noite de quinta e perdurou até a manhã desta sexta-feira. A virada contra a equipe baiana, que vencia por dois a zero em marcados no segundo tempo, foi em apenas cinco minutos, com dois gols de Keno e um de Hulk.


FESTA DA TORCIDA EM MOC

Em Montes Claros, a celebração começou logo após o apito final. Milhares de atleticanos fizeram a festa nas principais vias da cidade e se juntaram em um ponto de encontro tradicional da cidade. Pâmela Katherine Almeida integra a torcida organizada da Galoucura na cidade e fica por conta da organização de caravanas, dos eventos e pedido de materiais. “A festa foi linda. Saímos em carreata da sede, no Jardim Alvorada, para a Avenida Sanitária. Acredito que em torno de 25 mil pessoas estiveram presentes”, conta.

Pâmela não esconde a emoção em falar do título e a representação para a massa atleticana. O apoio da massa, para ela, foi trivial, principalmente quando o time ainda perdia por 2 a 0 e, mesmo assim, o canto não parava.

“Esse título é a realização de um grande sonho. Tenho 24 anos e era o título que mais almejava conquistar. Me ponho no lugar dos mais velhos que eu, que esperam a mais tempo e daqueles que infelizmente não estão mais aqui para viver esse sonho com a gente. O Galo, ontem, fez muito ‘marmanjo’ chorar e agradecer por permitir que vivêssemos esse momento único”, comemorou.

Outro que vibrou muito foi o cabeleireiro Cleyton Dias Pinheiro, de 24 anos. Ele conta um pouco do amor pela camisa alvinegra. “Essa conquista do bicampeonato brasileiro é uma sensação inexplicável. Tive a honra de sentir esse gosto de campeão. O Atlético-MG representa sinônimo de amor e paixão. Tem aquele velho ditado: ‘se não for sofrido, não é Galo”, festejou.

PAIXÃO QUE VEM DE ONDE? 

Todo torcedor tem uma história para contar. A socióloga e professora universitária, Marina Queiroz, que o diga. Foi na década de 60, quando convidada para dar o chute inicial em uma partida realizada no Estádio José Maria Melo entre Cassimiro de Abreu e o Atlético, que conheceu o clube que faria parte de sua vida.

Era a inauguração das luzes do campo. Na época, o presidente Augusto José Vieira Neto, conhecido por Augustão Bala Doce, vizinho de Marina, pediu à tia dela para deixá-la participar da noite especial. Naquela década, a maioria das moças torciam para o rival, o Cruzeiro, mas com ela foi diferente.

“Quando eu cheguei, eu vi aquela paixão. Eu lembro que eu fui com um atleticano também tradicional, o Evandro Alcântara, que estava com uma bandeira enorme do Atlético enrolada no corpo, amarrada no pescoço e com um galo real na mão. Achei aquilo bonito, aquela torcida muito apaixonada, a garra, o entusiasmo e a paixão. Aquilo entrou no meu coração. Desde esse dia que eu sou atleticana. Eu não digo doente, sou apaixonada”, descreveu.

O fascínio pelo alvinegro só aumentou. Na década de 70, a  socióloga acompanhava as partidas pelo rádio e colocava as crianças ao lado para torcer junto. Ela conta, ainda, com muita alegria, que recorda muito bem do primeiro título, quando tinha apenas 21 anos. Agora, aos 71, sentiu a mesma emoção.

“Eu lembro, em  1971, quanto terminou o jogo, saímos pelas ruas de Montes Claros, principalmente na Rua Doutor Santos. Em um caminhão muito simples, um rapaz tocava o hino e a gente atrás. Quando foi a conquista da Libertadores, já tinha os bares e eu fiquei na rua a noite inteira. Sempre a gente comemora com muito gosto. É o vamos soltar o grito preso na garganta. Mas, não depende disso a minha torcida, continuo sendo Galo”, finalizou.

VENDA DE INGRESSOS

O Atlético já anunciou a venda de ingressos para o duelo do fim de semana, com início às 12h desta sexta-feira (3) e preços a partir de R$ 119.

Gian Marlon
Jornalista de formação pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas - Funorte, em 2019. Natural de São Francisco-MG, tem passagens por algumas redações de jornais, sendo TV, impresso e portais. Fã de esportes, animes e música.