Conheci o Ney Rodrigues, Radialista das Rádios POP e Educadora FM – “O Homem da Voz de Veludo” (a quem eu carinhosamente chamava de “Ney Rodrigiz”), ainda na Expressão FM, em 2008, quando nos tornamos colegas de Plantão Esportivo nas transmissões esportivas da emissora.
Migramos juntos para a Rádio Educadora, depois para a Transamérica até nos tornarmos coapresentadores no programa de maior audiência no Norte de Minas, o Comando das Sete. Desde então, deixamos de ser colegas. Passamos a ser amigos, confidentes, parceiros de piada, de causos, apelidos e de um cafezinho na porta da emissora. Lembra Ney, que todo mundo que passava na porta te cumprimentava e você dizia, brincando, “eu ainda vou me candidatar?”
Ney Rodrigues sempre foi um querido. Onde passava, deixava multidão de pessoas apaixonadas não apenas por aquele vozeirão, mas pelo sujeito simples, apaixonado pela sua Camela (terra tão querida por ele), de gostos singelos e apreço enorme pelas coisas da vida.
Com a tecnologia, Ney Rodrigues tinha lá seus percalços. Me lembro das inúmeras vezes em que, sorrateiramente, entrava em meu estúdio para que eu pudesse instalar novamente o Facebook em seu celular. Facebook que, aliás, fui eu quem criou para ele… Era engraçado quando queria que eu escrevesse uma frase, em seu nome, para que ficasse legal. Até em inglês ele me pediu para escrever, para chamar atenção dos fãs. E chamava, ah como chamava.
Mesmo assim, se interessava por assuntos NERD como poucos na emissora. Não foram poucas as vezes em que discutíamos, de forma interminável, os episódios de Pica-Pau e os mestres que faziam acontecer sua dublagem (o Ney imitava o Leôncio como ninguém). Um de seus apelidos (aliás, que mestre em apelidos hein?), o “Costelinha”, vinha do cachorrinho querido da série animada Doug. Já com relação a TV, comentávamos Chaves, Chapolin Colorado e os humorísticos tradicionais. Era também fã de quadrinhos e um eterno apaixonado por novelas da Globo.
Você fez parte intensa da minha vida por longos anos, meu amigo. Sua ida foi um baque tão grande que até agora me deixou aqui, sem chão, sem respostas. Logo eu, que tinha na ponta da língua a resposta para cada “Prepaare-se” que você dizia, ou quando perguntava “mas quem é esse?”, de brincadeira, quando você dizia “Obrigado, Antônio Luiz!”
São muitas lembranças, que no momento vão se atropelando na minha mente. Fica o agradecimento pelo coração singelo, simples e amigo que Deus colocou no meu caminho. Ficam as lembranças do ser-humano fantástico que você foi. Fica o desejo de que, com sua partida, enfim, tenhamos o reconhecimento do “dia do Plantonista Esportivo”, como você brincava que não existia. Mais do que isso, meu amigo. Essa coluna foi feita para instaurar o Dia Nacional… do Ney Rodrigues.