Como toda criança, o meio-campo Diego Vaz Santos Filho, o Dieguinho, de 13 anos, sempre foi um praticante do esporte, teve logo cedo o apoio da família e tinha pinta de jogador. Natural de Montes Claros, no Norte de Minas, aos seis anos, deu os primeiros passos em escolinhas, incentivado pelos pais, apaixonados pelo futebol. No início, passou por algumas delas até se juntar ao projeto fundado pelo pai. Recentemente, realizou o sonho de defender o time do coração, o Cruzeiro.
Segundo o pai e preparador físico Diego Vaz, o atleta mirim, apesar da pouca idade, já mostrava toda habilidade com a pelota. “A gente como pai já incentiva. A tendência é sempre incentivar o filho para a bola. Dei aquela bolinha para ele desde pequenininho, e ele sempre já chutando forte de esquerda. Ali, eu brincava com a mãe dele: ‘olha, esse menino vai ser jogador”, relembra todo orgulhoso.
Logo depois, passou por um colégio da cidade, onde realizou treinamentos e desenvolveu a parte motora por meio do futsal. Ainda pelas quadras, o meio-campista figurava na lista de convocados do Montes Claros Tênis Clube (MCTC), quando disputou o Campeonato Mineiro de Futsal.
Para monitorar a evolução técnica do filho, Vaz o colocou no Funorte Esporte Clube (FEC), a primeira equipe de campo do pequeno, onde jogou por cerca de um ano e meio. Foi campeão três anos consecutivos da José Maria Melo, sendo uma vez na categoria sub-12 e duas vezes na sub-13. Em 2021, no último ano de disputa, subiu ao lugar mais alto do pódio, mais uma vez, e foi eleito o melhor jogador da competição.
O meia defendeu também o time da Juventus. Disputou e conquistou os títulos da tradicional Copa José Maria Melo e do Torneio Toninho Rebello. Teve rápida passagem pelo Cassimiro de Abreu e, na volta para ‘casa’, no FEC, há cerca de um ano, esteve sob observação dos olheiros de clubes de dentro e fora do estado.
OLHO NO GAROTO
De acordo com o pai, a ida ao Cruzeiro foi algo de Deus e especial para toda a família. O preparador conta que, um ano e meio atrás, o filho já estava sendo monitorado pelo Desportivo Brasil, de São Paulo. Diante isso, neste ano, quando disputava a Copa José Maria Melo, um observador técnico do Atlético-MG o viu jogar, gostou e marcou um teste. Conforme relato do pai, ele fez a avaliação no Galo, continuou o monitoramento, marcou o retorno para uma segunda fase e, na sequência, dar início às atividades junto ao grupo atleticano.
Mas, tudo mudou. O Desportivo soube do fato e decidiu fazer a proposta de contratação com o intuito de não perder o atleta. Com todas as tratativas de acerto já encaminhadas, dias depois, o Funorte foi a Belo Horizonte para jogar a Copa Brasileirinho, com Dieguinho integrando o elenco do sub-14. A Raposa fez a partida na Toca, e permaneceu no centro de treinamento para acompanhar o jogo dos norte-mineiros.
Ao terminar o confronto, enquanto tiravam foto, o pai foi chamado pelo supervisor do FEC, Cláudio Pires, para conversar com um dos representantes da equipe celeste. Durante o bate-papo, ele foi informado sobre o desejo do clube de ter o atleta no plantel. Cruzeirense, o camisa dez, ao saber, não escondeu a felicidade em ser chamado para atuar no time do coração, sendo contratado sem a necessidade de realizar testes.
“Fomos para um campeonato, eu joguei pelo Funorte, o Brasileirinho aqui em BH. Teve o jogo na Toca da Raposa I, e jogamos contra o Minas Boca. Fui o capitão e eles gostaram da minha forma de jogar, inclusive o treinador da categoria de base do sub-14 estava vendo o jogo. No final, eu recebi a notícia e fiquei muito feliz. A autoestima foi lá em cima para o campeonato”, comemorou Dieguinho ao falar da conquista.
DE CASA NOVA
O garoto assinou contrato com o Cruzeiro no dia 18 de outubro para integrar o grupo do sub-14 até os 21 anos, e se apresentou para as atividades no dia sete de novembro. Além de revelar o intuito de jogar no time para qual torce e batalhar para isso, agradeceu o apoio da família.
“Desde quando eu comecei a me dedicar e focar mais, eu tinha o objetivo de chegar em um clube. Já tive oportunidades em outros times, e sempre o meu foco era chegar no time do coração, mas foi feita a vontade de Deus. Meu pai sempre me ajudou, me apoiou nos treinamentos, incentivando, brigava e ajudava em tudo o que era preciso. Sempre foi para que eu crescesse no futebol, como homem e em tudo que sou hoje. Sou muito grato a ele, a minha família por tudo que fizeram por mim, por sempre me apoiar e não desistir de mim”, agradeceu.
De casa nova, o canhotinho elogiou a estrutura e confessa que, mesmo com o frio da capital, tem se adaptado bem. Embora não tenha estreado oficialmente, já ajudou os companheiros em uma partida preparatória,realizada nesta quinta-feira (11). “Graças a Deus joguei bem, pude ajudar a equipe com assistência e na participação do gol. Ganhamos de quatro a zero e estou muito feliz para poder entrosar mais com os meninos da categoria. Minha rotina é basicamente como era em Montes Claros. Estou me adaptando bem e estou muito feliz com essa vitória que Deus me deu”, finalizou.