Foi concluído no último, 2, sábado pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais – (SES-MG) , os trabalhos da força tarefa para investigação da ocorrência de febre amarela envolvendo primatas não humanos no Norte de Minas. Durante doze dias técnicos das Superintendências Regionais de Saúde de Montes Claros e de Varginha – (SRS), da Gerência Regional de Saúde de Januária e da Fundação Ezequiel Dias – (Funed) percorreram as zonas rurais de localidades limítrofes dos municípios de Ubaí e Icaraí de Minas onde, em agosto, foi constatada a morte de macacos vítimas da febre amarela. Também ocorreram epizootias em Luislândia e no distrito de Serra das Araras, no município de Chapada Gaúcha.
De acordo com os resultados mosquitos do gênero Sabethes, vetor da febre amarela, e vísceras de macacos encontrados mortos em Jequitaí, Coração de Jesus e em São João do Pacuí foram enviados para análise no laboratório da Funed, em Belo Horizonte.
“A prioridade da SES-MG é investigar a ocorrência de febre amarela no meio silvestre do Norte de Minas e, desta forma, os resultados dos exames tendem a sair com rapidez”, ressalta Bartolomeu Teixeira Lopes, referência técnica da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica da SRS de Montes Claros.
Aliado ao trabalho nas zonas rurais, os técnicos realizaram reuniões com gestores municipais de saúde e com agentes de controle de endemias visando repassar orientações sobre a importância da investigação e notificação dos casos suspeitos de febre amarela, tanto em macacos como em pessoas. Também foi destacada a necessidade de mobilização da população para auxílio nas ações de vigilância ambiental.
A febre amarela é uma doença febril aguda, de evolução rápida e de gravidade variável ela possui elevada letalidade nas suas formas mais graves. É transmitida por mosquitos e pernilongos infectados e não há transmissão de uma pessoa para outra.
É uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo caso suspeito (tanto morte de macacos, quanto casos humanos com sintomas compatíveis) deve ser prontamente comunicado aos gestores de saúde dos municípios em até 24 horas após a suspeita inicial. Em seguida, os serviços estaduais de saúde devem notificar ao Ministério da Saúde os eventos de febre amarela suspeitos.
No ciclo silvestre os macacos são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus. Já no ciclo urbano o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão da febre amarela ocorre a partir de vetores infectados, entre eles o mosquito Aedes aegypti, também transmissor da dengue, Febre Chikungunya e do Zika vírus.
VACINAÇÃO
Nessa segunda-feira a Superintendência Regional de Saúde enviou nova correspondência às 54 secretarias municipais de saúde que compõem a sua área de atuação, reforçando a importância da busca ativa de pessoas ainda não vacinadas contra a febre amarela. A coordenadora de vigilância em saúde da SRS, Agna Soares da Silva Menezes ressalta que os municípios precisam fazer a busca ativa de casa em casa nas comunidades rurais. Já na sede dos municípios as secretarias devem manter o funcionamento de pontos fixos para a vacinação das pessoas ainda não imunizadas contra a doença.
“Nos municípios limítrofes de onde foram encontrados macacos mortos o trabalho de vacinação da população deve ser intensificado. As localidades que necessitam de maior atenção são: Bocaiúva, Capitão Enéas, Claros dos Poções, Francisco Sá, Glaucilândia, Juramento, Lagoa dos Patos, Mirabela, Montes Claros, São João da Lagoa, Coração de Jesus e São João do Pacuí”, observa a coordenadora.
Para a vacinação contra a febre amarela as recomendações são as seguintes: criança com nove meses de vida, uma dose; crianças com quatro anos de idade, uma dose de reforço; pessoas entre 5 a 59 anos de idade, não vacinado ou sem comprovante de vacinação, uma dose.
A pessoa que recebeu uma dose da vacina antes de completar cinco anos de idade está indicada a tomar uma dose de reforço, independente da faixa etária.