Você está em 1993. Entre um compromisso e outro, dá aquela olhadinha no relógio para chegar onde for preciso, em tempo de resolver tudo o que for necessário. Demos agora um salto no tempo. Hoje em dia, em meio a tanta tecnologia, fica difícil imaginar um período onde era primordial ter um relógio de pulso que servia para – oras – olhar a hora. E apenas isso.
O primeiro relógio a gente nunca esquece: servia para guardar chicletes. O segundo, enrolava automaticamente no braço e marcou os adolescentes dos anos 1990. E nós temos certeza de que você já viu o terceiro no braço do seu pai (ou do seu avô).
Século XXI. Vivemos cercados de celulares e computadores; Placas solares fornecem energia e carros elétricos são carregados na tomada (como eu queria um carro voador como o de De Volta Para o Futuro!). Diante de um mundo interconectado, um acessório tem se tornado indispensável para quem quer estar a par de todas as notificações das redes sociais e para tantas outras funções: o Smartwatch.
Os chamados “Relógios Inteligentes” estão no mercado há mais tempo do que se imagina: desde a década de 1980 com o surgimento dos computadores pessoais. Dentre modelos mais simples aos mais complexos, um smartwatch pode conter tela tátil, câmera, acelerômetro, bússola, visualização de mapas, acesso ao Whatsapp e até fazer ligações telefônicas.
Lucas José Barbosa, 34, Professor, adquiriu o Amazfit Pace há 4 anos e está satisfeito com o uso do acessório: “Comprei com a finalidade de acompanhar pelo pulso as notificações que chegavam ao celular. A ideia de não precisar tirar o telefone do bolso para verificar uma notificação é muito boa”, diz. Outra motivação foi o cuidado com a saúde: “utilizo o relógio inteligente, também, para monitorar o sono. Funções de acompanhamento de exercícios físicos também são ótimas, uma vez que não preciso levar o celular no bolso para calcular a distância percorrida ou o tempo dedicado a atividade”, completa.
Lucas Barbosa não sai de casa sem seu companheiro de atividades (Foto: Reprodução).
Mas a função que agora chama a atenção da comunidade científica é a possibilidade desse acessório poder salvar a vida dos usuários. De acordo com a Rádio KTAR, nos Estados Unidos, um usuário do Apple Watch (o relógio inteligente da Apple) teve sua vida salva após ter desmaiado – o dispositivo possui a função de detecção de queda. O comunicado à polícia se deu por voz computadorizada do aparelho, que realizou chamada de voz e indicou que o usuário havia caído. Além disso, forneceu coordenadas quase exatas de latitude e longitude para que o acidentado pudesse ser localizado.
Já Larry Shiver, também morador dos Estados Unidos, foi salvo pelo seu Galaxy Watch 3, que possui recurso de eletrocardiograma (ECG). O acessório detectou que Larry apresentava sintomas de fibrilação atrial, um tipo de arritmia cardíaca que, se não tratado, pode evoluir para um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC). Com o aviso do relógio, o usuário pôde entrar em contato com sua cardiologista e foi encaminhado em tempo hábil para o hospital.
Larry havia adquirido o Smartwatch há apenas 3 semanas quando teve a vida salva pela função eletrocardiograma (ECG) do aparelho (Foto: Reprodução).
Um caso semelhante viveu o Dr. Álvaro Silveira, Pneumologista nascido em Montes Claros – MG e atual morador da cidade de Curvelo. Em relato ao Byte Papo, o médico informou que atendeu um paciente no consultório que estava indo viajar a trabalho e sentiu-se mal no aeroporto: “Com a função de eletrocardiograma (ECG) do Apple Watch, o usuário também pôde constatar que estava com fibrilação atrial. O paciente foi para o hospital e medicado imediatamente e hoje está super bem”, conclui.
Segundo o Dr. Álvaro Silveira, os Relógios Inteligentes são um grande avanço na tecnologia e podem, de fato, salvar vidas (Foto: Reprodução).
São vários os modelos e valores de Relógios Inteligentes disponíveis no mercado. Dentre os mais baratos, o Haylou Solar tem monitor de sono e cardíaco, além de contador de passos e custa cerca de R$ 193,00. Os mais populares entre os usuários são os Amazfit, da Xiaomi; Galaxy Watch da Samsung e Apple Watch, da Apple. Os preços podem chegar a R$ 2.699 reais.