Sexo de manutenção atrapalha relacionamentos

Larissa Marques, especialista em sexualidade

 Abraços apertados, beijos demorados e aquele frio na barriga, vão se perdendo em muitos relacionamentos, principalmente aqueles de anos de convivência – a rotina nos relacionamentos é uma das principais justificativas para traições e consequentemente o divórcio. O WEBTERRA conversou a terapeuta de casais e especialista em sexualidade, Larissa Marques que explicou como funciona o “sexo de manutenção”.

A modernidade e a correria do dia a dia muitas vezes afetam a qualidade de vida, como o sono, as relações presenciais (agora são mais virtuais) e também o desempenho sexual. De acordo com a especialista Larissa Marques, o que mais acontece entre os casais é fazer o sexo sem prazer, apenas para satisfazer a parceria – como se pontuasse o sexo frequente entre o casal, mas com a falsa ilusão de prazer, pois a relação não é de qualidade e nem satisfatória.

“Esse é o sexo mecânico, em que o casal já começa esperando o final. Isso acontece por várias questões, como o cansaço e o fazer por obrigação – quando o sexo é marcado e padronizado o desejo pelo outro acaba se perdendo. O desejo tem que ser estimulado, experimentado e tem que ter uma entrega mútua dos dois”, explica a especialista.

De acordo com estudos, o sexo e o afeto são à base de um relacionamento duradouro. Larissa destaca que os principais pontos a serem notados no relacionamento em falência é a conexão emocional e sexual do casal. Essas duas coisas estão interligadas, se uma deixa de existir, automaticamente o outro também acaba. Entretanto, vale ressaltar que quando tem apenas a conexão emocional o casal se torna amigos e deixa de ser amantes.

“A conexão emocional é alimentada no dia a dia, como o respeito, cumplicidade e admiração. A sexual é na intimidade, no toque, no contato sexual – ao decorrer do nosso desenvolvimento humano e também do relacionamento as coisas vão mudando. Por exemplo, o sexo no início de casamento é de um jeito, com dez anos ele estará de outra forma, quando os filhos chegarem essa relação vai sofrer outra mudança – do mesmo jeito que investimos nas questões profissionais e educacionais é importante investir nos nossos relacionamentos”, enfatiza Larissa Marques.

COMO SAIR DA ROTINA?

A especialista em sexualidade e terapeuta, Larissa Marques, conta que o que ela mais ouve no consultório é paciente querendo sair da rotina do sexo mecânico. Ela explica que o primeiro passo para que haja a mudança é o diálogo, comunicando o parceiro como você está se sentindo perante aquela situação – falar sobre sexo também é uma forma de aproximar o casal nas relações íntimas.

“Muitos casais não conversam sobre sexo e assim não conhecem o íntimo do parceiro. O que estimula seu parceiro? É o cheiro, o visual ou ouvir alguma coisa? Qual a preferência sexual do parceiro? Ele sabe a sua? – essas são algumas perguntas para se fazer. Outra dica é falar sobre o sexo durante o dia, pode ser mandando uma mensagem, preparar outras formas de ter a relação sexual, além da carnal. O sexo começa antes da cama: voltar andar de mãos dadas, voltar a beijar de verdade, tirar momentos para esse namoro que é além da relação sexual”, conclui a especialista.