Em um passado não muito distante, era comum a todos os estudantes uma peculiar rotina escolar trazida aos alunos pelos professores mais entusiasmados: o incentivo ao hábito da leitura. O que parece ser fruto de um passado utópico – e que os mais novos chamariam de “cringe” ao imaginar hoje em dia a “hercúlia” tarefa de, veja só, ler algo em um PAPEL -, era parte obrigatória do nosso currículo escolar ao consumir livros de Monteiro Lobato, Pedro Bandeira, Ruth Rocha ou Ziraldo – quer gostassem ou não as crianças.
Foi para suprir essa necessidade que surgiram os E-Readers (ou E-Book Readers): um dispositivo móvel semelhante a um tablet com o propósito da leitura digital de e-books, revistas, jornais, entre outros. O maior atributo de possuir tal aparelho é a comodidade, pois, enquanto com os livros físicos é necessário transportar cada publicação para onde quer que você vá, com o Leitor Digital é possível transportar uma coleção inteira em apenas um aparelho. E o melhor é que, por usar uma E-ink (uma tela com tecnologia de tinta digital), o aparelho tem autonomia de quase 30 dias de uso da bateria e uma tela que simula uma folha de papel.
Com o passar dos anos, livros clássicos ou best-sellers internacionais invadiram as prateleiras das livrarias e, também, o coração dos leitores. Seja com O Senhor dos Anéis para os adultos ou toda a coleção Harry Potter para os mais novos, nunca foi tão acessível embarcar nessa jornada de conhecimento. Mas, e quando falta espaço (ou dinheiro) para tantas publicações que surgem todos os meses com tamanha velocidade?
Mesmo com uma proposta tão chamativa, nem todos estão habituados ou pretendem migrar para a leitura digital. É o caso do escritor Edson Andrade, membro da Academia Montesclarense de Letras e autor de 10 livros, além de ser co-autor em 08 antologias: “O progresso desse tipo de mídia é algo com o qual a gente não consegue ser contra, mas como escritor e leitor eu tenho preferência pelo livro físico”, diz. Não raras as vezes, muitos preferem, inclusive, a sensação de ter um livro nas mãos, além da compulsão pelo cheirinho que só uma publicação em papel poderia reproduzir. E essa é uma característica que, realmente, a tecnologia ainda não consegue proporcionar.
Um fator preponderante que surge ao se pensar em adquirir um leitor digital: o preço. Entre 2016 e 2017, um levantamento feito pela Amazon, com os 90 livros mais vendidos da plataforma, constatou que os livros digitais chegam a custar 27% menos do que obras físicas. E foi esse o principal motivador de Maria Geralda Salomé Lima, 64, dona de casa, ao adquirir um Kindle através de recomendação de um amigo: “Como existem uma infinidade de opções e com um preço mais baixo, sinto que a leitura digital tem inclusive melhorado nosso hábito de leitura por ser mais acessível”. Além de compartilhar o hábito com o marido, Maria Geralda também incentivou os netos para que usem o aparelho. “Percebi que, com a tecnologia, as crianças têm se interessado mais”, diz.
São vários os modelos de e-readers disponíveis no mercado, desde o LEV, Kobo ou o mais famoso Kindle. Os valores variam de acordo com a marca, tamanho ou tecnologia de cada aparelho (como luz inclusa para leitura à noite). No geral, os preços podem custar entre R$ 240 a R$ 1.400 para os mais modernos. Vários oferecem também uma experiência multi-tela: é possível começar a ler um livro no Kindle, por exemplo, e continuar de onde parou através de um computador ou até pelo aplicativo do celular, tudo de forma bastante intuitiva. Também, é possível comprar os livros dentro da própria loja dos aparelhos ou baixar as publicações pela internet através de um cabo USB – o que facilita o acesso a diversas publicações gratuitas.
Para Fellipe Leal, 25, diretor de arte, o investimento valeu a pena. Acostumado ao hábito da leitura desde muito jovem, Fellipe aproveita as pausas do dia a dia para exercitar seu hobby: “comecei com clássicos da Disney na infância e hoje leio de tudo um pouco, principalmente livros de não-ficção de Carl Sagan e Freud. Prefiro usar o Kindle na rua e o livro físico deixo na cabeceira da cama”, informa.
Fernanda Ariele, Pedagoga e Coordenadora da Fundação Fé e Alegria em Montes Claros, tem certeza de que o hábito da leitura é muito importante, seja em uma obra física ou digital: “ler estimula a criatividade, exercita a memória, trabalha a imaginação, contribui para o enriquecimento do vocabulário e melhora a escrita. E, hoje em dia, não podemos falar em educação de maneira geral sem considerar as novas tecnologias e o mundo virtual – essas ferramentas virtuais são extremamente importantes dentro do processo educacional”.
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