O relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, publicado nesta segunda-feira (09/8), o mais importante divulgado desde 2014, mostra de forma inequívoca que o aquecimento global está se desenvolvendo mais rápido do que o esperado.
O estudo mostra que por volta de 2030 a temperatura média do planeta seja 1,5 ºC ou 1,6 ºC mais quente que a dos níveis da era pré-industrial nos cinco cenários relativos às emissões de gases de efeito estufa que evoluem do mais otimista ao mais pessimista. Isto ocorreria 10 anos antes que o previsto pelo IPCC.·.
Mesmo assim, ainda há um pouco de esperança: na suposição de que se faça absolutamente tudo para combater as mudanças climáticas, a temperatura global, após ter subido 1,5 ºC será 1,4 ºC superior à da era pré-industrial até 2100. Desde 1960, aproximadamente, as florestas, os solos e os oceanos absorveram 56% de todo o CO2 que a humanidade emitiu na atmosfera, apesar destas emissões terem aumentado 50%. Para se ter ideia sem a ajuda da natureza, a terra seria um lugar muito mais quente e áspera do que é agora.
Se as temperaturas globais aumentarem 2 ºC, o nível dos oceanos aumentará cerca de meio metro no século XXI. E continuará aumentando até quase dois metros até 2300, o dobro do que o IPCC previa em 2019. Devido à incerteza somada às calotas de gelo, os cientistas não descartam uma elevação das águas de até dois metros até 2100.