Imagem: Arquivo Pessoal
O leite materno é a melhor fonte de nutrição para bebês e a melhor forma de proteção, pois além de ser econômica é eficaz na diminuição das taxas de mortalidade infantil, sendo capaz de reduzir em até 13% os índices de mortes de crianças menores de cinco anos, segundo o Ministério da Saúde. Com o leite materno a criança fica protegida de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além de evitar o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta.
O Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os 2 anos de idade ou mais e, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses de vida, mesmo nas mães que tiveram casos confirmados de Covid-19. Para mobilizar a sociedade brasileira sobre a importância dessa medida e incentivar mulheres a amamentar, o Ministério da Saúde lançou no final do último mês a campanha “Todos pela amamentação. É proteção para a vida inteira”.
Em Montes Claros, o hospital Aroldo Tourinho tem seu próprio banco de leite humano que tem a finalidade de promover o aleitamento materno a realização, captação, processamento, e o controle de qualidade da distribuição do leite humano, conforme portaria do Ministério da Saúde; é também um serviço social que atende a toda população do norte de Minas, é o que explica Zilá Aparecida Soares – Enfermeira e Diretora de qualidade e inovação do hospital.
De acordo com dados da campanha, desde 1981 o Ministério da Saúde coordena estratégias para proteger e promover a amamentação no Brasil, além disso, o país possui 222 bancos de leite humano e 219 postos de coleta. Em 2020, cerca de 181 mil mulheres doaram mais de 226 mil litros de leite materno, neste ano, até junho, foram doados 111,4 mil litros. No banco de leite humano do Hospital Aroldo Tourinho o estoque se mantém.
“O estoque de leite humano segue estabilizado, mesmo com a pandemia não tivemos queda. Porém o leite doado infelizmente não atende toda a demanda das UTI’s da cidade e região” destaca Zilá Aparecida
A Diretora de qualidade explicou que existem algumas restrições para a doação do leite, segundo ela é feita uma avaliação da condição de saúde das doadoras se existe a possibilidade dessa pessoa ter alguma doença infectocontagiosa, se faz uso de algum medicamento que possa apresentar risco ao bebê, são exemplos de restrições para doação.
Sabendo da importância da amamentação, a mamãe do pequeno Francisco de apenas três meses Isabela Farias, conta que na sua primeira gestação amamentou exclusivamente no peito até os seis primeiros meses, e se estendeu até os 12 meses, e que também enfrentou algumas dificuldades.
“Tive fissuras, mastites e febre, mas o que não faltou foi incentivo para não amamentar minha filha. Nessa segunda experiência, antes mesmo de engravidar busquei muito conteúdo sobre amamentação, pega, ordenha, entre outros e graças aos estudos e a experiência de já ter amamentado, tudo correu como esperado, pega correta, sem dor ou maiores problemas”.
A empresária já foi doadora de leite materno para o hospital Aroldo Tourinho nos dois primeiros meses do nascimento do Francisco; ela conta que no começo chegou a doar dois litros por semana e a decisão foi pelo reconhecimento do privilégio de não só conseguir amamentar meu filho, como poder salvar outras vidas através desse mesmo leite.
A diretora do banco de leite ressalta que a campanha é muito importante porque sensibiliza toda sociedade para a importância da amamentação, e discute a grandeza do alimento; também visa despertar a possibilidade de mais doações de leite humano, permitindo que o banco possa atender mais bebês que não podem ser amamentados por suas mães.