O produtor rural do Norte de Minas convive com a seca e os desafios por ela imposta com muito trabalho e criatividade, a exemplo do apicultor Aclides Rodrigues de Oliveira, participante do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) no município de Gameleiras. A região é uma das que mais sofre com os efeitos da falta de chuvas e ele encontrou uma forma de manter o fornecimento adequado de água para as abelhas, criando um bebedouro artesanal, à base de cimento, conectado a um galão de água mineral. Isso também fez a produção aumentar.
“Ficou prático fornecer água para as abelhas. O galão de água mineral é fácil de transportar. Já levo cheio para o apiário e é só colocar na base. Além de tudo, posso utilizar o mesmo bebedouro para alimentar as abelhas em período de escassez de alimento, facilitando a minha vida e das abelhas”, afirmou o apicultor, conhecido por Kidão.
A criatividade chamou a atenção do técnico de campo Franklin Souza, que presta assistência para Kidão e outros 28 apicultores da região por meio do ATeG. Atuando desde março de 2020, o especialista relata que o período de seca é intenso, atingindo temperaturas médias de 38°C e, por isso, é preciso criatividade. “Água é vida. Com essa seca intensa, alguns poços que eles cavam mantêm água por um pequeno período de tempo. Agora, nesta época do ano, você vê tudo seco. Devido a esse cenário, as abelhas têm dificuldade para encontrar água perto dos apiários”.
Apesar de simples, a iniciativa do apicultor ajudou diretamente a aumentar a produção, por facilitar o trabalho das abelhas no campo. A média de mel produzido por colmeia, ao ano, passou de 15 kg para 32 kg. No total, são 33 colmeias em produção.
“Isso ajudou a preservar a abelha e a produção. Quando a temperatura oscila muito, elas param o que estiverem fazendo para controlar a temperatura, que interna, no ninho, não deve ultrapassar os 36°C, pois acarreta a morte das crias e enfraquece os enxames, diminuindo a produção. Um dos meios que as abelhas encontram para controlar essa temperatura é espalhar a água sobre os favos e bater as asas, fazendo com que a água evapore e dissipe o calor”, explicou o técnico.