Foto: Bernardo Carneiro/Seap
O Ministério Público deflagrou nesta quinta-feira, 15, a operação “Touro de Bronze”, que investiga o crime de tortura contra presos na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a promotoria, 14 policiais penais estão sendo investigados – as denúncias (anônimas) foram feitas em fevereiro deste ano.
Segundo o promotor de Justiça Gabriel Mendonça, do Gaeco, os crimes de tortura contra presos ocorreram em julho do ano passado, mas que as investigações começaram a partir de denúncia anônima recebida em fevereiro de 2021. O objetivo é apreender celulares, pen-drives, livros de registros de ocorrências e outros documentos de interesse da investigação, que tramita em segredo de Justiça.
“Nós trabalhamos para que as investigações sejam corretas e os criminosos presos. Nosso objetivo aqui é investigar o crime de tortura e levantar esses elementos de prova para que isso não se repita mais nas unidades prisionais”, afirmou.
Estão sendo cumpridos 26 mandados de busca e apreensão na penitenciária em Contagem, no presídio de Ibirité, na Fazenda Mato Grosso, em Ribeirão das Neves, e em endereços residenciais nas cidades de Belo Horizonte, Contagem, Betim, Ibirité e Ribeirão das Neves. A medida foi determinada pela Vara de Inquéritos Policiais e Violência Doméstica da Comarca de Contagem. A operação contou com a atuação de quatro promotores de Justiça, 92 policiais penais, 28 policiais civis e 34 policiais militares.
Em nota a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que atua na operação com 92 homens. “A Sejusp ressalta o seu compromisso em coibir e combater práticas ilícitas pelos seus servidores e está trabalhando de forma integrada com demais instituições e forças de segurança para garantir que toda e qualquer irregularidade seja apurada, nos termos da lei”, disse a nota.
TOURO DE BRONZE
O nome da operação faz alusão a instrumento de tortura construído na região da Sicília, na Itália, no século VI a.C, e utilizado para promover a morte de criminosos.
A ação contou com a participação do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, por meio da 11ª Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial de Contagem, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Penal, com o apoio das polícias Civil e Militar.