Classe que promove eventos tem sofrido durante a pandemia do COVID-19

Por Leonardo Maciel

A pandemia do Coronavírus (COVID-19) afetou a vida de muitos trabalhadores, mas também de muitos empregadores, e uma das classes mais afetadas foi a classe dos promotores de eventos e empresários donos de restaurantes. Depois de um ano praticamente parados, eles voltaram a promover eventos quando a cidade entrou na “Onda Amarela”, que permitia a realização de evento com limite de 100 pessoas. Mas na noite de quinta-feira (10), a Prefeitura de Montes Claros publicou o decreto de número 4229, onde volta à cidade para a “Onda Vermelha”, que limita a capacidade dos eventos para no máximo 30 pessoas.

Para o empresário Leandro Correia de Oliveira, que é proprietário de um restaurante em Montes Claros, essa pandemia tem causado um prejuízo grande.

“Realmente estamos perdendo muito, e principalmente hoje, Dia dos Namorados que costuma ser a melhor data do ano, inclusive melhor que o Dia das Mães e devido ao decreto que limita em 4 pessoas por mesa e distanciamento de dois metros entre as mesas, temos uma precisão de queda de cinquenta por cento do faturamento comparado a 2019, já que em 2020 nem funcionou. Para se ter uma idéia será praticamente das 20 às 22 horas. Trabalhávamos com 48 a 50 mesas e este ano teremos apenas 22 onde ofereceremos um menu de entrada, prato principal e sobremesa, atendendo fielmente o que determina o decreto. A parte boa com relação a isso é que estamos esperando um número grande de delivery, e sentimos que as pessoas estão procurando antecipar, pois na noite de sexta já foi cheio, e acredito que hoje no horário de almoço deve estar cheio também. E como o delivery é só no dia vamos buscar minimizar esse prejuízo com as entregas para as pessoas que não conseguiram fazer as reservas”.


Para a assessora de eventos, Nayara Fonseca, da empresa Ápice Cerimonial, que realizava antes da pandemia cerca de quatro casamentos por mês, este momento tem sido complicado. “No meu caso, eu não tinha evento agendado para este final de semana, mas com certeza várias outras empresas tinham e inclusive passei por uma situação parecida em um destes últimos decretos em que eu tinha um casamento no final de semana e na terça-feira que antecedeu o evento, eles cancelaram, e aí, a minha experiência foi que o decorador teve um prejuízo enorme, os meus clientes noivos também, os doces já estavam parte prontos, as flores compradas já estavam a caminho, e sendo assim, considero que foi uma falta de respeito com nosso setor porque já havia um decreto que liberava a realização, e muitas noivas que tinham adiado seus casamentos aproveitaram a brecha e se organizaram para que esses eventos pudessem acontecer. Quando na quinta-feira à noite divulgam o decreto, as empresa já haviam contratado garçons e comprado insumos para o buffet, enfim, é uma cadeia gigantesca, como eu disse, um evento não se constrói em 24 horas. Entendo essa questão da saúde pública, mas em nenhum momento olharam para o nosso setor, e praticamente estamos impedidos de trabalhar. E isso não é desagradável apenas para nós, profissionais da área, mas também para os clientes que idealizaram o momento único, que é o casamento, inclusive com parentes vindos de fora. É um transtorno muito grande, e esse prejuízo que o Estado não assume e assim nos deparamos com essa situação lastimável, onde percebemos que não há ninguém olhando por nós”.

Ainda de acordo com Nayara, “durante a pandemia, o trabalho interno do escritório cresceu, devido o aumento de remarcações, aditivos, e executamos poucos casamentos, pois não fiz nenhum evento que não pudesse ser feito. Antes da pandemia fazíamos de três a quatro casamentos por mês, pois trabalhamos com exclusividade, não faço mais de um casamento por dia. Desde quando se iniciou a pandemia até agora, entreguei no máximo dez eventos. Mas graças a Deus, nossos eventos não foram cancelados e sim adiados, e sendo assim, temos eventos agendados para o final deste ano e de 2022”.