Estudo mostra influência da melhoria dos indicadores da pandemia e percentual de contratações superou ao do período do início de registro do Novo Coronavírus
Em abril de 2021, o mercado de trabalho formal de Montes Claros apresentou recuperação, com saldo positivo no comparativo aos dois meses anteriores na relação entre admissões e desligamentos. As demissões foram reduzidas e houve a abertura de 503 postos de trabalho. O resultado positivo foi influenciado pela melhoria dos indicadores da pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19) no município, conforme situação detalhada no mais recente boletim do Observatório do Trabalho do Norte de Minas (OTNM), da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).
O levantamento mensal é realizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração (Gepad), vinculado ao Departamento de Ciências da Administração da Unimontes.
“O crescimento significativo do saldo do mercado formal em abril em relação a fevereiro e março foi provavelmente influenciado pela melhoria nos indicadores da pandemia do município”, afirma o professor Roney Versiani Sindeaux, coordenador da pesquisa, realizada em conjunto com o também professor Rogério Martins Furtado de Souza.
“Observa-se, entretanto, que o saldo não foi provocado pelo aumento do número de admissões, que ainda permanecem um pouco abaixo que a média, mas sim pela redução do volume de desligamentos, que estavam em torno de 2,7 mil de média em cada um dos dois meses anteriores e caíram para cerca de 2,3 mil em abril”, destaca Sindeaux.
ACIMA DA MÉDIA NACIONAL
Ele chama atenção para outro fator positivo: o número de postos de trabalho ocupados em Montes Claros já é superior ao de antes do início da pandemia da Covid-19, que começou no Brasil em março de 2020. O levantamento mostra que o crescimento de empregos formais no município em um ano foi de 1,73% acima da média nacional (1,19%).
De acordo com o levantamento do OTNM, em abril de 2020, Montes Claros teve 2.815 admissões (54,96% do sexo masculino e 45,04% do sexo feminino) e 2.312 desligamentos (54,37% do sexo masculino e 45,63% do sexo feminino).
O levantamento aponta que o grupo que obteve melhor resultado na relação entre contratações e demissões em Montes Claros em abril último foi de homens e mulheres na faixa etária entre 18 e 24 anos, com ensino médio completo. Também alcançaram bom resultado os jovens com até 17 anos e ensino médio incompleto, “provavelmente em função de programas de incentivo aos jovens aprendizes adotados principalmente por empresas do setor industrial para receber vencimentos de até 0,5 salário mínimo”, observa o pesquisador.
Na outra ponta, o grupo que obteve pior resultado em abril no mercado de emprego formal na cidade é formado por trabalhadores do sexo masculino, na faixa entre 30 a 39 anos e ensino médio completo e, ainda, os homens com 50 anos ou mais com apenas o ensino fundamental completo. Para as mulheres, o pior resultado ocorreu com o grupo a partir dos 30 anos, abrangendo do ensino médio completo à pós-graduação.
“Merece registro outra situação: os saldos das faixas com maior escolaridade foi negativo para as mulheres e positivo para os homens, inclusive na faixa dos 30 aos 39 anos. Com relação aos salários, os saldos negativos ocorreram nas faixas entre 5,1 e 10 salários mínimos e a de mais de 20 salários mínimos, principalmente para trabalhadores do sexo masculino atuantes na área de serviços”, explica o coordenador da pesquisa.
No caso das mulheres, o saldo negativo aconteceu na faixa do 0,5 a 1 salário mínimo no setor de comércio. Já os saldos positivos mais expressivos ocorreram na faixa entre 1,01 a 1,5 salários mínimos para homens e mulheres contratados para atuar no comércio. Houve, também, um saldo positivo expressivo na faixa de 0,5 a 1 salário mínimo para mulheres no setor de serviços.
SETORES QUE MAIS EMPREGARAM – Segundo a pesquisa da Unimontes, o setor de serviços continua liderando a geração de empregos formais em Montes Claros, respondendo por 237 vagas abertas no município em abril. Em seguida, aparecem o comércio (87 empregos), a construção civil (82), a indústria (70) e a agropecuária (27 empregos).