Pesquisadores do IFNMG divulgam resultados de análises da presença de SARS-Cov-2 no esgoto, água e peixes no Baixo e Médio Jequitinhonha

 

Coletas foram feitas nos municípios de Salinas, Almenara, Araçuaí, Minas Novas, Grão Mogol, Jequitinhonha, Francisco Badaró e Padre Carvalho

Aluna Gabriele Barbosa, integrante do projeto, durante coleta em esgoto e em análise das amostras em laboratório Crédito: Divulgação IFNMG

A equipe do projeto “Análise da presença e persistência do SARS-CoV-2 em águas de superfície e na ictiofauna da Bacia Hidrográfica do Baixo e Médio Jequitinhonha-MG”, integrada por servidores e alunos do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), dos Campi Salinas e Januária, apresenta os resultados dos primeiros quatro meses de coleta e análise de amostras de esgoto, água e peixes, realizados em oito municípios. As coletas foram realizadas entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021, em oito municípios. O vírus, causador da covid-19, foi encontrado no esgoto de Salinas, Almenara, Araçuaí, Minas Novas, Grão Mogol, Jequitinhonha e Francisco Badaró, mas não foi identificado no esgoto de Padre Carvalho em nenhuma das coletas. Em nenhuma das análises foi detectada a presença SARS-Cov-2 em amostras coletas de peixes e águas dos rios.

– Boletim de divulgação dos resultados do projeto

Os resultados, apresentados em primeira mão à Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), uma das parceiras do projeto, e às secretarias de saúde dos municípios envolvidos, agora estão disponíveis para a comunidade por meio de um boletim produzido pelos pesquisadores. Acesse aqui.

As amostras coletadas foram processadas e analisadas em campo, no Laboratório de Microbiologia do IFNM-Campus Salinas e no Laboratório de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), outra parceira do projeto. Segundo o professor Filipe Vieira Santos de Abreu, coordenador da pesquisa, os monitoramentos mensais e as análises continuarão, pelo menos, até fevereiro de 2022.

A próxima etapa da pesquisa será quantificar o vírus nas amostras que foram positivas para o coronavírus. “Assim, conseguiremos saber se a carga viral está alta ou baixa, o que indica se houve muitas ou poucas pessoas infectadas”, comenta o professor Filipe.

Aluna Gabriele Barbosa, integrante do projeto, durante coleta em esgoto e em análise das amostras em laboratório Crédito: Divulgação IFNMG

Outra etapa muito importante, e que ficará como um legado para o IFNMG, será a inauguração do Laboratório de Biologia Molecular do Campus Salinas. A estrutura vem sendo montada com recursos desse projeto e de outros dois, aprovados pelo Instituto. De acordo com o professor Filipe, entre equipamentos e reagentes, serão investidos cerca de R$ 1 milhão. “Com esse laboratório, vamos conseguir realizar os diagnósticos aqui mesmo, dessa e de outras doenças”, explica Felipe Abreu. “Será o único laboratório do tipo na microrregião de Salinas”, afirma.

O projeto “Análise da presença e persistência do SARS-CoV-2 em águas de superfície e na ictiofauna da Bacia Hidrográfica do Baixo e Médio Jequitinhonha-MG” obteve financiamento por meio da Chamada MCTIC/CNPq/FNDCT/MS/SCTIE/Decitob nº 07/2020, específica para projetos relacionados ao novo coronavirus. Também são parceiros do projeto a fundação de apoio do IFNMG, Fadetec, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Instituto Mineiro de Gestão das águas (IGAM) e a Copasa Serviços de Saneamento Integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Copanor).