O INQUIETANTE GUERREIRO DO MEIO AMBIENTE
NORTICIANDO (by Arthur Amorim Júnior)
Corria os anos de 1978, eu, nos meus 14 anos, ingressava no movimento estudantil, em pleno período do governo militar, que era presidido por João Batista Figueiredo. Paulinho Ribeiro comandava o movimento estudantil à frente do Diretório do Estudantes de Montes Claros – DEMC e conseguiu arregimentar milhares de estudantes secundaristas de vários educandários, na praça da Catedral. No meio aquele aglomerado de estudantes, eu me fazia presente, assistindo aquele momento protagonizado por Paulinho que, sem medo, e com seu discurso inflamado e corajoso atacava o governo militar. E olha, que ao redor da praça, onde ocorria a manifestação estudantil, estava cercado de policiais militares. Mas Paulinho não estava nem ai. Todos o seguiam, tal era o seu espírito de liderança e de idealismo, se tornando motivador para que o movimento contra a ditadura e pelas “Diretas Já” se multiplicasse, em grêmios estudantis e afins.
O tempo passou, e muitos anos depois, em 2006, no meio da administração do então prefeito Athos Avelino, Paulino Ribeiro assumiu a Assessoria de Comunicação e neste momento tive a oportunidade de ali, atuar aos eu lado. Momento em que pude conhecê-lo de perto e acompanhar o seu ritmo de trabalho alucinante, sempre criando fatos para jogar para cima administração. Dizia ser acompanhante do meu trabalho no Jornal de Notícias, na época administrado pelo empresário Edgar Pereira.
Eu já o conhecia antes de nos tornamos amigos. Sempre o admirei pela sua forma inquietante de querer melhorar a terra em que vivemos, com destaque para o meio ambiente, onde deixou grandes projetos em curso.
Nossa irmandade e paixão celeste são pontos que faço questão de destacar, por sermos amantes do mesmo time, o Cruzeiro Esporte Clube. E não por acaso e cabulosamente lembrado, o Cruzeiro dedicou o minuto de silêncio, antes do jogo contra o Patrocionense, nesse domingo, a um dos seus torcedores mais apaixonados, o Paulinho Ribeiro.
Paulinho agora é lenda e história que muitos contarão para todas as gerações que virão. Sua luta em favor da qualidade de vida e de um mundo melhor, com um meio ambiente bem cuidado será o nosso legado. Por isso, nada mais justo que o Parque Nacional da Lapa Grande seja batizado com o seu nome, através de Projeto de Lei que será apresentado pelo deputado estadual Carlos Pimenta, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Valeu meu inquietante amigo e guerreiro ambiental.
(*) Jornalista, articulista, assessor de comunicação, colunista político e social