Atendimento pelo WhatsApp tem sido uma das estratégias adotadas
Desde o anúncio da pandemia, em março de 2020, micro e pequenos empreendedores precisaram se reinventar e criar alternativas para manter seus negócios. Diante das restrições e medidas de isolamento social, 68% dos pequenos negócios mineiros já vendem por canais digitais como redes sociais, aplicativos e internet. Os dados são da 10ª edição da pesquisa “Impactos do coronavírus nos pequenos negócios”, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O empresário João Pereira Neto, proprietário da loja Espaço do Pé, em Pirapora, no Norte de Minas, decidiu apostar nessas alternativas e vem obtendo sucesso. Impedido de atender presencialmente, no primeiro semestre do ano passado ele viu as vendas caírem e precisou demitir três dos quatro funcionários que empregava. Para superar o mau momento, passou a investir em atendimento on-line e, desde o início deste ano, fez do o WhatsApp um parceiro para adaptar o negócio às restrições impostas pela crise sanitária.
“Percebi que precisava fazer algo diferente e adotei o atendimento pelo WhatsApp”, conta. O aplicativo permite que, inicialmente, o robô apresente ao cliente as opções de modelos e numeração; em seguida o vendedor finaliza a compra. “Com isso, pude retomar parte das vendas. Além disso, sempre negocio prazos com meus fornecedores e criei um cartão fidelidade que já conta com cerca de três mil clientes cadastrados.”
Ele observa que as vendas ainda não retornaram ao patamar pré-pandemia, mas, ainda assim, já foi possível recontratar os funcionários que havia dispensado. “Estamos vendendo cerca de 60% do que venderíamos em situação normal, mas, com o uso de tecnologia, pouco a pouco estamos reerguendo a loja”, acrescenta o empreendedor, que está apostando na proximidade do Dia das Mães e do Dia dos Namorados para aumentar as vendas.
Thiago Queiroz Costa é um dos vendedores readmitidos na loja de calçados. Ele credita ao espírito empreendedor de João e ao uso da tecnologia a retomada gradual das vendas. “Agradeço ao João por ter essa vontade de fazer diferente e buscar novas alternativas e, sobretudo, por ter me dado essa nova oportunidade”, diz.
Capacitação
Atualmente, João participa do primeiro ciclo do Programa Agente Local de Inovação (ALI), iniciativa do Sebrae Minas. “Está sendo muito proveitoso. Com a orientação da agente de inovação, estamos planejando novas estratégias para diversificar nosso negócio”, salienta.
Para a analista do Sebrae Minas Kátia Leite, o estilo proativo do empreendedor colabora para que ele consiga se adaptar ao atual momento. “Novos cenários exigem novas estratégias e habilidades. Aqueles que se adequam de forma rápida, além de terem mais chances de manter as suas atividades, percebem possibilidades para que suas empresas se destaquem e tornem a jornada do cliente mais interessante e satisfatória”, enfatiza.
As empresas interessadas em participar do próximo ciclo do Programa Brasil Mais e contarem com o apoio do Agente Local de Inovação (ALI), devem se cadastrar na plataforma www.gov.br/brasilmais