Hoje, 19 de março, é celebrado o Dia do Artesão. A profissão é uma das atividades mais antigas realizadas pelo homem desde a pré história. A data foi criada para homenagear todos os profissionais que se dedicam, com afinco e satisfação, à arte de produzir as mais belas peças de artesanato em cerâmica, cera, tecido, palha, madeira, entre outras.
Mesmo com o grande avanço da tecnologia algumas profissões por mais antigas que sejam não se tornam ultrapassadas ou ficam substituídas e recebem cada vez mais prestígio da sociedade. As feiras de artesanato eram a grande oportunidade para os artesãos do Norte de Minas mostrarem seus produtos e conquistarem clientes de várias partes do Brasil. Mas a nova realidade imposta pela pandemia impediu viagens e participações em eventos. Assim, as redes sociais vêm sendo a saída para quem trabalha com artesanato na região.
De acordo com uma pesquisa feita pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, em novembro de 2020, mais de 90% dos artesãos brasileiros utilizaram o Whatsapp como estratégia de venda, maior índice de usuários entre os segmentos pesquisados.
O estudo também mostrou que o artesanato aparece em segundo lugar quando o tema é uso de meios digitais (redes sociais, internet, aplicativos etc) na hora da venda. No penúltimo mês do ano, 83% dos artesãos já usavam esses recursos, perdendo apenas para as empresas da moda (84%).
Atualmente, a produção do grupo Capitania das Fibras, de Capitão Enéas, é quase toda vendida pela internet. Além de atender pedidos de pessoas físicas de várias partes do país, as peças são vendidas também para lojas especializadas, como a Craft Design, de São Paulo. O grupo produz peças de fibra de bananeira e frutas em madeira.
Milena Mascarenhas de Oliveira faz a gestão das vendas e divulga as peças do grupo nas redes sociais. Ela conta que o apoio do Sebrae foi fundamental para que eles tivessem condições de atender pelo meio digital. “Em 2019, a expedição Trip to Origin, realizada pelo Sebrae Minas, possibilitou que lojistas de outros estados conhecessem nossos produtos, o que nos deu muita visibilidade. A partir daí, intensificamos as vendas pelas redes sociais, que agora representam quase 100%”, ressalta.
Lucinéia de Souza Barbosa, da marca Mãos que Criam, produz bonecas e quadros de cerâmicas em Taiobeiras. Graças às redes sociais, vende para várias partes do Brasil, com destaque para a loja Paiol, de São Paulo. “Eu produzo, fotografo e posto nas minhas páginas no Instagram e no Facebook. A internet vem sendo nossa salvação em tempos de pandemia”, conta Lucinéia.
A artesã destaca ainda que outro fato importante é integrar o Catálogo Digital de Artesanato de Minas Gerais, uma produção do Sebrae Minas que conta com 212 peças utilitárias e decorativas feitas por 150 artesãos de 70 municípios mineiros. A publicação mostra a originalidade e qualidade do artesanato produzido no estado.
Dicas para impulsionar as vendas on-line
Para não errar nas vendas pela internet, o consultor o Sebrae Minas Mateus Martins traz algumas dicas fundamentais:
Adequação ao momento – Os clientes estão mais em casa e, com isso, querem deixar o ambiente bonito e decorado. Essa pode ser uma oportunidade para focar em artigos exclusivos.
Posicionamento nas redes sociais – Abuse de vídeos e conte sua história. Isso agrega valor e mostra a identidade dos produtos.
Qualidade das imagens – É importante publicar boas fotos, que mostrem cada detalhe das peças. Existem muitos aplicativos que ajudam na edição e trazem mais qualidade às imagens. Uma boa estratégia é firmar parceria com fotógrafos profissionais.
Investimento no delivery – O isolamento trouxe comodidade aos clientes, que se acostumaram a receber produtos em casa. Crie estratégias para enviar os produtos de maneira ágil e segura.
Pagamentos digitais – Cada vez mais a relação com o dinheiro vem mudando. Ofereça opções digitais para que os clientes possam concluir a compra.