Hoje (11/03) é o Dia Mundial do Rim. Ele é comemorado toda segunda quinta-feira do mês de Março, e foi criado pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e pela “Federação Internacional de Fundações do Rim” (IFKF) em 2006 com o objetivo de reduzir os impactos mundiais e elevar as discussões sobre os riscos da doença renal. O tema desse ano é “Vivendo bem com a doença renal”. O objetivo é de conscientizar e orientar o paciente com doença renal crônica (DRC) quanto aos próprios sintomas, para que possa participar, de forma mais efetiva, na rotina da vida cotidiana mesmo diante de algumas limitações.
Conforme dados da SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia), cerca de 850 milhões de pessoas são afetadas pela doença renal crônica no mundo. Em 2021, estima-se que 11% dos brasileiros adultos sejam portadores da doença. Isso significa que uma em cada dez pessoas tem algum tipo de comprometimento dos rins.
Segundo a Organização de Procura de Órgãos(OPO), em Montes Claros, no ano de 2019 foram realizados 43 transplantes, 72 em 2020 e 7 2021. A lista de espera está atualmente com 362 pacientes.
A Lorena Rodrigues descobriu a insuficiência renal crônica há um ano. A partir desse momento, ela iniciou o tratamento, e hoje espera por um transplante de rim.
“Além da doença renal, também sou portadora da síndrome de Sjögren que é uma doença reumática crônica e autoimune, caracterizada por inflamação de algumas glândulas do corpo, associada ao lúpus. Desde que descobri preciso fazer hemodiálise três vezes por semana até aguardar o dia em que conseguirei fazer o transplante”, conta.
Para os pacientes e pessoas ao seu redor, ser diagnosticado com Doença Renal pode ser um grande desafio. O diagnóstico e o tratamento da fase tardia da doença afetam seriamente a vida do paciente e geralmente também na dos familiares, o que reduz a capacidade de realizar atividades cotidianas, como trabalho, viagens, socialização e principalmente com uma dieta mais restritiva.
“O dia mundial do rim é muito importante para todos nós que estamos nessa luta diária. A gente sabe que tem dias que não é fácil, mas pra gente é muito gratificante, porque a gente lembra o quanto nós somos guerreiros, o tanto que conseguimos lidar com as situações, pois a nossa luta é diária, tanto na questão de alimentação, de algumas restrições. Mas é um dia de muita alegria, porque conseguimos passar um pouco das nossas histórias para as pessoas que as vezes não conhecem o processo do nosso tratamento”, relata Lorena.
A doença renal é um dos principais problemas de saúde pública. A rotina de adultos, adolescentes e crianças que sofrem com insuficiência renal não é fácil. Para a maioria dos pacientes, incluindo os que dependem de diálise e os transplantados renais, o tratamento para controlar a doença pode ser desgastante.
“Diabetes e hipertensão são as principais causas da doença que muitas vezes é assintomática. Vários pacientes possuem a doença e desconhecem, por isso é tão importante o acompanhamento com exames de rotina. Quando o paciente evolui para doença renal crônica terminal, ele pode precisar de uma terapia de substituição renal. Aqui no Hospital do Rim, da Santa Casa de Montes Claros, nós temos 267 pacientes em dialise, sendo que 238 estão em hemodiálise, 29 em dialise peritoneal, além de mais de 500 pacientes transplantados que precisam ser acompanhados”, explica a médica nefrologista Fernanda Quadros Mendonça.
Segundo a médica, o objetivo da campanha é realmente conscientizar a população sobre a importância desse diagnóstico precoce e explicar que o paciente que conhece bem a doença, que segue o tratamento e as orientações, é sim possível viver bem com a doença renal.
Outro alerta importante é que pacientes internados por Covid-19 são mais suscetíveis ao surgimento e agravamento dessas doenças. Por isso, a prevenção, identificação e tratamento correto são essenciais, já que o coronavírus afeta outros órgãos e não apenas os pulmões.