José Wilson Ferreira Guimarães pediu o afastamento do cargo na Empresa Municipal de Planejamento, Gestão e Educação em Trânsito e Transportes de Montes Claros, nesta quarta-feira (3). A decisão veio após diversas acusações contra o presidente da MCTrans, feitas por funcionários e ex-servidores da empresa, de crimes como improbidade administrativa, assédio moral, assédio e importunação sexual.
Em entrevista, por telefone, ao Portal Webterra hoje, José Wilson disse que a decisão partiu dele próprio e afirmou que pretende se defender.
“Estou pedindo o afastamento para poder me defender com maior solidez. Não quero, nesse momento, ficar ligado à empresa, porque a MCTrans não tem nada a ver com isso”, diz.
Ainda segundo José Wilson, até o momento, ele não recebeu nenhuma notificação dos órgãos competentes e garante que é inocente.
“Estou à disposição das entidades e vou mostrar que sou inocente. Eu Fui chantageado e como não cedi as investidas, recebi essa série de denúncias anonimas”.
Entenda o Caso
As denúncias foram feitas por servidores e ex-funcionários da MCTrans, para o Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH Norte), que divulgou as informações nesta terça-feira (2), em nota enviada à imprensa. Os crimes estariam acontecendo dentro do ambiente de trabalho.
“As denúncias são de pessoas que preferiram manter o anonimato para se resguardarem, mas que apresentaram provas, tais como áudios e prints de conversas por aplicativo. Todo o material apresentado pelos denunciantes já foi protocolado nos órgãos públicos competentes para a devida apuração”, diz o CRDH.
Segundo as denúncias, seria uma prática cotidiana do presidente, assediar e importunar sexualmente as servidoras. Os atos se estendiam às mulheres contratadas por José Wilson para os cargos de assessoras ou secretárias.
Outras práticas denunciadas giram em torno de viagens à praia durante o horário de trabalho, uso de viaturas para fins particulares, aplicação de sanções administrativas a servidores públicos da MCTrans, sem o devido processo administrativo.
Para o CRDH Norte, a conduta de maior gravidade teria sido cometida pelo presidente da empresa, ao determinar aos subordinados a exclusão de um auto de infração de trânsito em nome de um Secretário Municipal do sistema de processamento de infrações da empresa. Quanto ao chefe da Divisão de Tráfego, há relatos de recebimento indevido do adicional de periculosidade.
Ainda segundo a nota, as denúncias foram levadas ao conhecimento da gestão do município, por meio da Procuradoria, para providências administrativas.
Município não se manifestou
Nesta terça e quarta-feira, o jornalismo do Porta Webterra buscou o posicionamento da prefeitura junto a assessoria de comunicação, mas até o fechamento desta matéria o poder Executivo Municipal não havia se pronunciado sobre o caso.