Mesmo próximo a data de maior movimento do comércio, grande parte dos pequenos negócios mineiros prevê queda nas vendas e no faturamento do Natal de 2020 em relação ao ano anterior. É o que mostra uma pesquisa do Sebrae Minas feita em novembro e dezembro deste ano, com Micro e Pequenas Empresas (MPE) e Microempreendedores Individuais (MEI) do estado.
O pessimismo refletiu nas contrações temporárias, que não devem acontecer na maioria desses estabelecimentos. O estudo mostra ainda as expectativas dos donos dos pequenos negócios para os próximos meses em relação ao funcionamento das empresas, trabalho home office e recebimento do auxílio emergencial.
Entre os negócios, que geralmente são impactados pelo Natal, como o comércio, 35% estão na expectativa que o faturamento e as vendas deverão ser piores se comparados ao mesmo período de 2019. Já 31% dos entrevistados preveem uma melhora, 20% não souberam responder e apenas 14% esperam que os resultados neste final de ano permaneçam iguais ao ano anterior.
Esse cenário também refletiu nas contratações temporárias. Quase 80% dos donos de pequenos negócios afirmaram que não farão nenhuma admissão nesse final de ano. Dos que vão contratar, o número de admitidos será de apenas um funcionário por empresa, de acordo com 44% dos entrevistados.
Já em relação às medidas governamentais que possam restringir ou impedir o funcionamento dos negócios, quase 45% acreditam que a situação poderá acontecer nos próximos três meses, e 10% haviam sofrido alguma restrição recentemente.
Já sobre o home office, a maioria (60%) dos entrevistados disse que mesmo sendo feitas todas as adaptações necessárias, nenhum funcionário da empresa teria condições de trabalhar em casa. Mais de 40% dos donos de pequenos negócios acreditam que a forma como essa prática de trabalho afeta a produtividade da empresa depende da situação.
A pesquisa também mostrou que antes da pandemia, 50% dos pequenos negócios não adotavam o home office, e essa parcela caiu para 36% atualmente. Dos que afirmam que estão praticando esse regime de trabalho, 63% dos entrevistados têm mais da metade ou todos dos seus funcionários trabalhando à distância.
Ainda de acordo com o estudo, questionados sobre a possibilidade do auxílio emergencial não ser mais pago em 2021, 62% dos donos de pequenos negócios acreditam que o fato pode vir a causar impactos negativos na procura e/ou consumo de seus produtos e/ou serviços.
O levantamento também apontou que cerca de 30% dos entrevistados recebem o auxílio emergencial. Dos que recebem o auxílio, a maioria (90%) são MEI. Caso o recurso concedido pelo governo não seja pago no próximo ano, 62% dos empresários mineiros afirmaram que terão que investir mais tempo em seus negócios, aumentando as chances de diminuir o isolamento social, já que 77% desses responderam que sairão de casa quando necessário.