Todo dia uma notícia de que alguém foi acometido pelo novo coronavírus, seja na rua de nossas casas ou no bairro em que moramos. Mais de duzentas pessoas já perderam suas vidas por complicações no quadro de COVID-19. Ainda assim, as pessoas não estão se conscientizando sobre a gravidade da doença. Simplesmente ignoram o que os meios de comunicação divulgam a todo instante.
As autoridades alertam sobre os riscos e não estão sendo ouvidas. Infelizmente, apenas quem perdeu algum familiar ou alguém próximo conhece a tristeza de enterrar um ente querido precocemente e sem direito a despedidas.
Em Montes Claros, a maior cidade do norte de Minas, os bares estão cada dia mais lotados, os jovens passeiam livremente pela noite e os empresários do comércio noturno querem maior flexibilização. Realmente, para os dependem do setor de entretenimento como meio de sobrevivência financeira, decretos rigorosos podem trazer a óbito muitos bares. Por outro lado, o afrouxamento pode ceifar muitas vidas.
Talvez, àqueles que frequentam os bares não fazem parte do numeroso grupo de risco, mas têm alguém na família ou no local de trabalho que pode ser vitima fatal dessa doença maldita, sem nunca ter participado das rodadas em bares e restaurantes, em tempos de pandemia. O momento requer diálogo e, sobretudo, reflexão. Os governantes precisam pensar em políticas públicas de apoio ao comércio de bares, mas, ao mesmo tempo, avaliar se vale a pena flexibilizar. Ora, estamos tratando de vidas, que merecem ser protegidas e o poder público tem o dever de defender a vida antes de qualquer coisa.