Após três meses de saldo negativo desde o inicio da pandemia do Novo Coronavírus , o Norte de Minas registrou em junho último um saldo positivo no mercado formal de empregos e esta recuperação permaneceu em julho. A constatação é do Observatório do Trabalho do Norte de Minas (OTNM), implementado pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).
Após a ampliação dos postos de trabalho em fevereiro, a partir de março – início da pandemia –, o saldo começou a ser negativo e, em abril, foi o pior mês para o mercado de trabalho na região, com a perda de 375 vínculos formais.
Em maio, os desligamentos também foram maiores do que as contratações. Mas, em junho, depois de três meses de saldo negativo, houve saldo positivo, com as contratações superando os desligamentos em 324 vínculos formais.
“Se em junho a recuperação dos postos de trabalho perdidos sinalizava um alento, em julho os números parecem demonstrar um início efetivo de recuperação do emprego formal, com as admissões superando os desligamentos em 712 vínculos”, destaca o boletim do Observatório do Trabalho.
Análise Regional
A análise das variações ocorridas no mês de julho demonstra que seis das sete microrregiões do Norte de Minas tiveram saldo positivo nos empregos formais. A única exceção é a microrregião de Janaúba.
As microrregiões que mais contribuíram para recuperação do mercado formal de postos de trabalho foram Montes Claros (412), Salinas (190), Bocaiuva (60) e Pirapora (36). As microrregiões de Januária e Grão Mogol contribuíram com 5 e 11 contratações de saldo, respectivamente.
A microrregião de Janaúba registrou saldo negativo (-2). De acordo com a pesquisa, os municípios norte-mineiros que apresentaram maiores saldos positivos nas admissões em julho foram Montes Claros (335), Salinas (73) e Buritizeiro (58). Na outra ponta, as cidades da região com maiores quantidades de desligamentos foram: Porteirinha (-46), Januária (-28) e Várzea da Palma (-21).
Dinânmica
Os coordenadores do estudo ressaltam que a dinâmica interna nas microrregiões também apresenta diferenciações, sendo que os municípios-sede em geral são os principais responsáveis pelos resultados apresentados naquela microrregião.
No entanto, na microrregião de Janaúba, embora o município sede tenha registrado saldo positivo de 34 contratações, os demais (08 entre 13) apresentaram resultados negativos de saldo, com destaque para Porteirinha, cujo saldo foi de 46 desligamentos a mais do que as contratações realizadas.
Na microrregião de Januária, por outro lado, o município sede apresentou o pior resultado em saldo, com 28 desligamentos a mais que as admissões. Porém, o resultado da microrregião foi positivo devido, principalmente, aos municípios de São Francisco e Chapada Gaúcha, que contribuíram com saldo positivo de 16 e 13 contratações respectivamente.
Na microrregião de Pirapora, no mês de julho, destacam-se os resultados dos municípios de Buritizeiro, que apresentou 58 contratações de saldo e, por outro lado, de Várzea da Palma, que registrou 21 desligamentos de saldo.
A microrregião de Bocaiuva teve no município de Olhos d’Água o principal responsável pelo resultado positivo, com 37 contratações de saldo. Já os municípios de Grão Mogol (10) e Salinas (73) foram os que mais contribuíram para o resultado das respectivas microrregiões. No caso da microrregião de Salinas, a contribuição de Taiobeiras (49) também foi expressiva.
Situação em Montes Claros
Segundo o relatório do OBTN, o município de Montes Claros (335) foi o que mais colaborou para os resultados positivos da respectiva microrregião, sendo responsável por 90,6% das admissões ocorridas e 92,9% dos desligamentos.
No município de Montes Claros ocorreram 47,3% das admissões e 47,4% dos desligamentos no mercado formal de trabalho na região, no mês de julho. Tal situação reflete a participação do município no total dos vínculos formais do Norte de Minas. Em julho 46,4% desses vínculos estiveram concentrados em Montes Claros.