A Polícia Civil concluiu o inquérito do caso Josué, adolescente de 16 anos que foi morto por um policial penal com um tiro na cabeça, no dia 19 de julho, no bairro Vila Anália, em Montes Claros no Norte de Minas.
Foram cerca de 30 dias de investigações e de acordo com o delegado Bruno Rezende, o autor foi indiciado por homicídio triplamente qualificado. “Qualificado pelo perigo comum, qualificado pela questão de impossibilidade de defesa e qualificado pela futilidade da ação”, explica.
Segundo Bruno Rezende, foram recolhidas imagens de câmeras de segurança de duas residências e diante de informações de que as imagens haviam sido cortadas, uma perícia foi realizada no equipamento e esclareceu que não houve violação nos equipamentos. “É o modelo de captura das imagens por sensor de movimento que faz a captura daquela maneira”.
Para o delegado, ficou claro de que os jovens eram conhecidos do autor e ele poderia sim reconhecer os jovens envolvidos. As investigações concluíram que o disparo que matou Josué foi realizado a uma distância de 45 a 50 metros e que nenhum dos jovens teria tido a possibilidade de atentar contra o policial penal.
“As versões iniciais de legítima defesa não foram, pelo autor, colocadas para nenhuma das testemunhas ouvidas ali na proximidade do fato, nem para os policiais que atenderam a ocorrência ou para os policiais penais que fizeram a sua escolta; ela só foi construída, por ele, posteriormente”, diz.
Com relação a personalidade do autor do disparo, o delegado disse que não se confirmaram durante o inquérito, o uso excessivo de bebida alcoólica, nem o disparo em via pública e porte ostensivo de arma de fogo. O policial penal está preso em Bocaiuva, no Norte de Minas, à disposição da justiça.
Entenda o caso
O garoto, Josué Nogueira, de 16 anos, foi morto com um tiro na cabeça por um policial penal, na madrugada 19 de julho, no bairro Vila Anália, em Montes Claros. O corpo foi enterrado na segunda-feira (20). Em entrevista ao Portal Webterra na época, a mãe do menino fez relatos comoventes e contou que no dia do crime o filho dela estava na casa de uma amiga e ao sair de lá encontrou alguns jovens que estavam em frente a residência do autor do crime.
Segundo ela, o policial penal havia pedido silêncio porque o barulho estava incomodando, como os jovens não obedeceram, o homem atirou pra cima, foi quando os jovens correram, mas o filho dela perdeu a sandália e voltou para pegar, momento que o agente atirou e acertou a nuca do garoto. Câmeras de segurança flagraram toda a ação. A vítima, Josué Nogueira não tinha antecedentes criminais.
O policial penal teve liberdade provisória concedida na segunda-feira (20), mesmo dia do enterro do jovem. Mas voltou para a prisão no dia 05 de agosto após um pedido de prisão preventiva pelo Ministério Público, acatado pelo juiz Geraldo Andersen de Quadros Fernandes, titular da Vara de Execuções Criminais e Tribunal do Júri de Montes Claros.
Escrita pelo repórter Carlos Alberto Jr.
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