Hospitais de Montes Claros adotam plano de contingência devido baixo estoque de anestésicos e relaxantes musculares

Foto: Wesley Gonçalves/ HUCF

Seis hospitais de Montes Claros, no Norte de Minas, adotaram um plano de contingência por causa do baixo estoque de anestésicos e relaxantes musculares, fundamentais no tratamento de pacientes em diferentes condições.

A informação foi divulgada na última sexta-feira (26 de junho), por meio de uma nota conjunta assinada pelos hospitais Santa Casa, Universitário Clemente de Faria, Aroldo Tourinho, Dilson Godinho, Mário Ribeiro da Silveira e o Prontossocor.

De acordo com o texto, a situação se repete em todo o país; a baixa no estoque é devido a escassez da matéria-prima no mercado diante do aumento da demanda por causa da pandemia do novo coronavírus.

“Enfatizamos que além do desafio de ampliar o número de leitos de UTI e respiradores, agora enfrentamos a falta destes medicamentos usados na entubação de pacientes graves com coronavírus. Sem esses remédios, a ventilação mecânica não pode ser feita de forma adequada e o paciente corre maior risco de morte”, diz a nota.

Por causa da situação, os hospitais cancelaram os procedimentos eletivos agendados que não são considerados urgentes e os estoques ainda existentes foram reservados para atender casos emergenciais.

Ainda segundo as instituições, assim que a oferta dos medicamentos for normalizada, os procedimentos cancelados serão retomados. “Em razão do exposto, solicitamos a população de Montes Claros que fique em casa, saindo tão somente quando necessário”.

Ministério Público

Um dia após a nota dos hospitais, o Ministério Público Federal e Estadual emitiram uma nota conjunta reforçando o pedido das unidades de Saúde para que a população fique em casa e previna a contaminação por coronavírus.

O texto assinado pelo Procurador da República, Marcelo Malheiros Cerqueira, pelo Promotor de Justiça e Coordenador da Coordenadoria Regional de Defesa da Saúde Pública do Norte de Minas Gerais, Leandro Pereira Barboza e pelo Promotor de Justiça, Rodrigo Wellerson Guedes Cavalcante, afirma que não há previsão sobre a normalização do situação no país.

“O Ministério Público brasileiro acompanha a situação em âmbito local, regional e nacional. Não obstante, informa que ainda não há previsão concreta de normalização dos estoques de medicamentos no curto prazo”, diz.