Montes Claros registra mais de 1.180 casos de picadas por escorpião nos cinco primeiros meses do ano

Um levantamento realizado pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica em Ambiente Hospitalar (Nuveh), do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), mostrou que nos cinco primeiros meses de 2020, foram atendidos 1.184 casos de picadas de escorpião. No mesmo período de 2019, foram registrados 1.173 picadas de escorpião, 1% a menos em relação a este ano.

Ainda de acordo com os dados divulgados, até a primeira semana de junho, foram registrados dois falecimentos por causa de escorpiões, um menino de sete anos, natural de Janaúba, e uma criança de quatro anos, do distrito de Bentópolis de Minas, município de Ubaí. Em 2019 três óbitos, também em crianças de três, 10 e 12 anos de idade.

“A atenção com crianças e idosos deve ser redobrada neste período de pandemia da Covid-19, em todos os aspectos. E, neste sentido, reforçamos também o pedido para que se tenha todos os cuidados e evitem os riscos de acidentes com animais peçonhentos”, alerta o médico pediatra Carlos Lopo, da equipe do HUCF.

Segundo o levantamento, as picadas de escorpiões foram responsáveis por 80,38% das notificações de atendimento no Hospital da Unimontes entre 1º de janeiro e 31 de maio deste ano. Considerando o histórico de casos com os demais animais peçonhentos, o total geral chega a 1.473 vítimas em 2020: ataques de serpentes (96), de insetos desconhecidos (56), aranha (23), lagarta (24), abelha (16) e de marimbondo (7). O boletim considera, ainda, outros ataques, como mordedura de cães (62), de gatos (2), de morcego (1) e rato (1) e, ainda, acidente com primata/macaco (1).

O técnico de enfermagem Rogério Leal já foi vítima do escorpião. Ele foi picado no rosto quando estava no quarto dele em Rio do Sítio, distrito de Montes Claros. “Eu senti muita dor e fui para o Hospital Universitário. Eles me deram anestesia no local da picada, amenizou um pouco, mas depois a dor continuou e eu coloquei gelo”, conta.

O médico pediatra Carlos Lopo, explica a importância dos cuidados para evitar o aparecimentos desses animais.  “Apesar de ainda não estarmos no período que combina altas temperaturas com chuvas, não devemos esquecer que os animais peçonhentos estão soltos e vivem mais próximos do que imaginamos. A prevenção deve existir a todo o momento. As medidas antecipadas aos animais peçonhentos, assim como os cuidados preventivos que estamos vivenciando com a gripe, é sempre a ação mais tranquila e aceitável em se evitar uma internação grave ou o risco de morte”, pontuou o médico.