Com a pandemia do novo coronavírus e a necessidade do distanciamento social, muitos empreendedores lutam para não fechar as portas. De acordo com pesquisa do Sebrae, 58% tiveram que suspender suas vendas e 31% dos empreendedores mudaram a forma de funcionamento. Por outo lado há jovens empreendedores que estão desafiando a crise e decidiram abrir o primeiro negócio em meio a pandemia.
Em Montes Claros, dois jovens de setores diferentes se formalizaram, recentemente, como Microempreendedor Individual (MEI) e garantem que estão felizes com o resultado dos negócios.
Thiulliety Castro Miranda, de 25 anos, completou o curso técnico em Administração pelo Núcleo de Empreendedorismo Juvenil (EFG/NEJ) do Sebrae, em 2019, e, a pouco mais de um mês, abriu uma empresa no ramo pet. A jovem empreendedora conta que a ideia do negócio existia desde a época do curso e, depois de muito planejamento e pesquisa de mercado, estava tudo pronto para abertura do negócio no mês de abril. Dias antes da inauguração começou a pandemia e a necessidade do isolamento social.
“Foi um baque muito grande, porque a gente planejou tudo e, quando definimos a abertura, veio a pandemia. Fiquei confusa e com receio de dar sequência, pois mesmo que o setor pet não precisasse fechar, certamente teria algum impacto. Procurei orientação no Sebrae para saber o que eles achavam, se devia abrir ou esperar. Fui orientada a não adiar abertura, o que me deu mais segurança para seguir com a estratégia. Criei coragem, abri a loja e, desde o mês passado, estamos trabalhando. Não teve a abertura da forma como eu queria, mas estamos no mercado. Afinal, em momentos de crise também surgem oportunidades ”, conta a jovem, que diz estar surpresa com o bom movimento da loja.
Oportunidade e paixão
Norivaldo Alves do Nascimento Neto, estudante universitário de 19 anos, enxergou, mesmo em meio à crise, uma oportunidade de empreender. Apaixonado por Gastronomia, Norivaldo viu seu sonho de ir para a universidade ser adiado logo no primeiro período, com a suspensão das aulas presenciais em função da quarentena. “Eu estava muito empolgado com o curso e fiquei chateado com a paralisação das aulas. Fiquei alguns dias parado em casa, mas sempre ia para a cozinha para fazer parmegiana. Um dia, enquanto rezava com minha mãe, me veio à cabeça a ideia de comercializar parmegiana. Assim que terminamos a oração, falei com ela sobre a possibilidade de abrirmos um negócio. Ela me apoiou e decidimos colocar a ideia em prática”, conta.
Foi então que surgiu a empresa dele, um negócio ainda pequeno, mas formalizado. “Da ideia ao negócio foi rápido, mas procurei orientação no Sebrae sobre planejamento de custos e, principalmente, sobre marketing digital, uma vez que o negócio funciona em sistema de delivery. Tenho uma pessoa que me ajuda na cozinha e um motoboy que faz as entregas. Esta semana já começo a atender também pelo Ifood. Ainda estamos no começo, mas a procura pela parmegiana tem me surpreendido positivamente”, comemora.
Como todo empreendedor, Neto, que admite ainda estar aprendendo com o trabalho, já sonha em futuramente ampliar seu negócio. “ Enquanto as aulas não voltam, vou continuar produzindo em casa mesmo, mas estou adorando o trabalho. Espero concluir o curso de gastronomia e no futuro, se Deus quiser, abrir um restaurante com atendimento no local. Gosto de empreender e amo a gastronomia”, ressalta.
A analista do Sebrae Minas, Hebbe Mendes, destaca que momentos de crise produzem oportunidades e podem desenvolver nos jovens habilidades empreendedoras. ”Os jovens que têm essa característica do empreendedorismo sabem aproveitar e enxergar oportunidades. Eles conseguem trabalhar a rede de relacionamentos, gostam de desafios e têm visão de futuro. É gratificante ver jovens empreendendo em tempos de crise”, avalia.
Fonte: Ascom Sebrae