A crise causada pela pandemia do coronavírus atinge produção e serviços de diferentes setores da economia. Em momentos de dificuldades, o empreendedor precisa pensar diferente, ser inovador e adotar medidas para se manter no mercado. Uma pesquisa do Sebrae mostra que 31% das empresas no Brasil tiveram que mudar a sua forma de funcionar para sobreviver.
Foi o que fez a artesã, terapeuta e empreendedora Gislane Salomão Bernardes, de Montes Claros, no Norte de Minas. Apaixonada pela arte do crochê desde criança, ela fazia o trabalho por diversão, até que por influência de amigas, a cerca de um ano decidiu profissionalizar o hobby e criou a “Escola de Saberes”. Por meio de oficinas, o objetivo dela foi aliar a técnica do crochê à terapia. Com o apoio do Sebrae Minas, formatou seu negócio e começou a atender um público diferenciado, formado, em sua maioria, por mulheres que buscam no crochê uma forma de terapia e relaxamento.
Os cursos deslanchavam, e a procura de clientes também, até que surgiu o coronavírus e, com ele, a necessidade do isolamento social. Então, foi preciso se reinventar e procurar formas de atender aos clientes de um serviço que até então era totalmente presencial.
“Foi um baque para todos nós. De repente, aquele ambiente acolhedor com aprendizado e troca de conhecimento teve que ser fechado e cada uma foi para sua casa. Continuamos nos falando por aplicativos e por lives no instagram, umas motivando as outras, até que surgiu a ideia das próprias alunas de criarmos os cursos online”, conta.
Disposta a colocar a ideia em prática, Gislane procurou o programa de Agente Local de Inovação (ALI) do Sebrae. “Ela nos apresentou a ideia, achamos bastante interessante e inovadora. Indicamos a plataforma e demos o suporte para a implantação dos cursos online. É um serviço criativo e diferente. No momento de dificuldade, ela percebeu que precisava se reinventar e com muita criatividade buscou se adaptar a esse novo modelo”, conta o analista do Sebrae Minas Pedro Viana.
Segundo Gislane, quase todas as clientes que estavam nos cursos presenciais continuam no online. “Está sendo muito gratificante perceber que podemos continuar os cursos mesmo que à distância. Se por um lado falta aquele contato mais próximo, por outro, as pessoas se soltam mais acerca de seus medos. Estamos conseguindo ensinar o crochê pela plataforma e ao mesmo tempo ouvindo e orientando. Em momentos difíceis como este, em que todos estão temerosos e com muitas dúvidas, as aulas de crochê se tornaram uma excelente companhia”, ressalta.
As aulas são ministradas por módulos e podem ser acessadas na plataforma Crochê – Tecer para se conhecer.
Autoconhecimento
A contadora Márcia Matoso Santos Veloso é uma das alunas e destaca a importância da continuidade das aulas no sistema online. “Eu já fazia aulas presenciais e, assim que começou a pandemia do coronavírus, ficamos impossibilitadas de continuar. No início, a Gislane fez algumas lives no Instagram, ensinando sobre o crochê e logo depois lançou o curso online. Neste momento de isolamento, é uma ferramenta que nos auxilia demais, uma vez que o crochê funciona como uma terapia que nos traz autoconhecimento e ajuda a enfrentar nossas ansiedades e incertezas, ” ressalta a aluna.
Fonte: Ascom do Sebrae Minas