O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) realizou diversos atendimentos a pessoas com suspeitas de coronavírus. Os números exatos ainda não foram contabilizados, mas as equipes vem seguindo um protocolo para evitar a contaminação dos socorristas, como explica Ubiratam Lopes Correia, coordenador do Núcleo de Educação Permanente do Samu.
“Nós estamos realizando atendimento e, algumas transferências, de pacientes com suspeita dessa patologia. O Samu adota todas as questões de biossegurança, com relação a equipe, assim são utilizados todos os protocolos internacionais para evitar a possível proliferação desse vírus”, relata.
Segundo o coordenador, são utilizados equipamentos especiais e uma técnica de paramentação e, principalmente, desparamentação, ou seja, para vestir e tirar as roupas usadas durante o atendimento. “Haja vista que pesquisas mostraram que a maioria dos profissionais de saúde na China foram contaminados no momento da desparamentação, então esse é um ponto importante que nós focamos muito nos treinamentos e na habilitação do pessoal para realizar esse tipo de atendimento”.
Ubiratam revela que o Samu possui todos os equipamentos necessários para proporcionar total segurança a saúde dos profissionais. “O que é indicado para esse trabalho seria o uso da máscara cirúrgica e óculos, mas nós estamos transportando esses pacientes com macacão de risco biológico e mascaras ‘N-95 com filtros’ que apresenta maior segurança e uma preocupação a mais, com nosso colaboradores”, conta.
Antes da Unidade Móvel sair para atendimento ela passa por um processo chamado de envelopamento que é a impermeabilização da ambulância, como se tivesse plastificando o veículo por dentro para evitar a contaminação. Ao retornar a base ela é descontaminada. “Além disso, nós descontaminamos os socorristas antes deles tirarem os paramentos, para isso utilizamos um produto chamado ‘quartenato de amônia’, que serve para matar todos os micro-organismos e, principalmente, o vírus que tem na vestimenta”.
Atendimentos
Entre os atendimentos realizados pelo Samu está o de uma criança, de um ano de idade, com suspeita da Covid-19 que foi transferida na noite deste domingo (22 de março), do Hospital Doutor Gil Alves, em Bocaiuva, para o Hospital Universitário Clemente de Faria, em Montes Claros, no Norte de Minas. (Veja o vídeo acima)
O Portal Webterra entrou em contato com a Vigilância Epidemiológica de Montes Claros e, em nota, o setor informou que a criança continua internada com suspeita de pneumonia, mas como em todo caso de problema respiratório, é preciso ser realizado o exame que detecta ou não a Covid-19.
O coordenador do Núcleo de Educação Permanente do Samu alerta que é importante, antes de precisarem do socorro, seguir as orientações das autoridades de saúde. Ele reforça que as pessoas devem permanecer em casa e sair apenas se necessário minimizando, dessa maneira, o risco de contrair o coronavírus.
“Principalmente para evitar o contagio em massa. Se muitas pessoas se contagiarem ao mesmo tempo, vai sobrecarregar os serviços do Samu, hospitais e terapia intensiva e isso pode acarretar na falta de assistência adequada”, finaliza.
**Escrita pelo repórter Carlos Alberto Jr.