Caminhoneiros realizaram na tarde desta segunda-feira (18 de fevereiro) mais um protesto em todo o Brasil contra as decisões do Supremo Tribunal Federal. Mais de 20 motoristas estiveram nas ruas de Montes Claros.
A carreata teve início no Posto Opção, às 14h e seguiu até às 17h, passando pelas principais avenidas da cidade, sendo Deputado Plínio Ribeiro, Dulce Sarmento, Geraldo Athayde, Sanitária e João XXIII. Houve apoio da Polícia Militar e MCTrans.
O presidente da Associação de motoristas e autônomos do Brasil (Amab), Walter Lúcio de Paula a categoria tem feito cobranças para que não haja mais mudanças na votação da tabela preterida.
“A aprovação será a salvação do autônomo. É igual ao salário mínimo para calcular. Tem muitas empresas que não querem pagar o pedágio. Nós estamos cobrando um frete digno pela quilometragem. Os motoristas autônomos não aguentam mais e, ainda, essa manifestação pode gerar uma manifestação geral. Como dizem, eles estão ganhando tempo para o agronegócio colher a safra”, conta.
Welberth Santos Souza é caminhoneiro e participou do manifesto e conta que tem sido insustentável o diálogo e ressalta que a mobilização é para toda a população.
“A manifestação é porque o governo promete e não cumpre; pela votação de piso mínimo do frete e o ICMS para abaixar o combustível. Queremos acender esse governo para redução do preço do petróleo. É a terceira vez que eles adiam e a categoria não tem aceitado isso. Então, estamos chamando a população para ajudar. Na greve passada, no governo Temer, prometeram, assinaram e não cumpriram”, explica.
Ainda de acordo com o presidente da Amab, os condutores ficarão durante a noite para alertar os colegas a não seguirem caminho. “Agora, faremos uma vigília nos postos para conscientizar os demais que não sabem a não rodarem amanhã. Será bem tranquila e sem interferir no ir e vir. Tudo protocolado”, finalizou.
Entenda o protesto
A votação do julgamento das três ações que contestam a constitucionalidade da política e tabela de frete, marcada para o dia 19, teve a data mudada para o dia 10 de março por decisão do STF. O adiamento foi feito pelo Ministro Luiz Fux, que atendeu ao pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para uma nova audiência em busca de conciliação entre governo, caminhoneiros e empresários.
Uma das concessões do ex-presidente Michel Temer foi a tabela de preços mínimos de frete para colocar fim à greve dos caminhoneiros em todo o país. A paralisação ocorreu em maio de 2018, durando 11 dias e acarretou na falta de abastecimento em diversos setores.
**Escrita pelo repórter Gian Marlon