Um grupo de médicos plantonistas de Montes Claros, no Norte de Minas, denunciam a falta de pagamento do salário referente aos trabalhos ofertados ao Hospital Aroldo Tourinho. Eles alegam que há cerca de um ano não recebem retorno por parte da gestão. Os atrasos têm gerado muita revolta entre a classe trabalhadora.
De acordo com os denunciantes, em conversa ao WebTerra, o último pagamento foi realizado em fevereiro do ano passado. Desde então, o salário não foi mais efetuado aos médicos do pronto-socorro, clínica médica e prestadores de serviços.
Uma médica, que preferiu não se identificar, atuava como clínica geral da instituição. Ela informou que começou a trabalhar no hospital em setembro de 2018 e prestou serviço por aproximadamente 10 meses, e durante esse período, recebeu apenas três vezes o pagamento. Revoltada, questiona o porquê do atraso.
“Muitos plantonistas saíram do hospital também por não terem outra opção. Greve durante este tempo não foi feita. Mas, não teve proposta, reunião, acerto ou feedback. É um descaso total e eles não estão nem um pouco preocupados. Entram novo médicos e outros saem. Nunca seremos chamados pela diretoria para esclarecer os questionamentos”, comenta.
A médica reclama, ainda, da falta de contato da administração, e reafirma que precisa arcar com a contas pessoais e o hospital deveria cumprir com as obrigações. “A única coisa que eles fazem é manter médicos sem receber e os que estão cansados de esperar saem. Não trabalhamos de graça. Temos contas para pagar. Quando entrei, eles tinham uma promessa. Sei que são muitas dívidas, mas o hospital nunca honrou com os seus compromissos”, finaliza.
O WebTerra procurou a assessoria do hospital por diversas vezes para comentar o caso, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Atualmente o Hospital Aroldo Tourinho atende mais de 100 municípios no Norte de Minas e Sul da Bahia. São 40 clínicas médicas, unidades de serviço assistenciais além de 214 leitos ativos. Com um corpo clínico de cerca de 700 funcionários, sendo composto médicos enfermeiros, colaboradores da administração e diversos outros profissionais da saúde. 80% do atendimento na unidade é voltado para o Sistema Único de Saúde (SUS).