Prefeitura de Montes Claros faz inspeções em estabelecimentos que comercializam cervejas da marca Belorizontina

Foto: Internet/Divulgação

A Prefeitura de Montes Claros, através da Gerência de Vigilância Sanitária, tendo em vista os recentes casos de contaminação de cervejas produzidas pela Cervejaria Backer, comprovados mediante laudos da Polícia Civil de Minas Gerais e do Ministério da Agricultura (MAPA), informa que vem realizando inspeções sanitárias em estabelecimentos que comercializam estes produtos.

Embora as medidas adotadas até o presente momento incidam apenas sobre os lotes L1 1348 e L2 1348 da cerveja da marca Belorizontina, a Vigilância recomenda que não sejam consumidos os demais lotes desse produto, bem como nenhuma outra cerveja produzida pela cervejaria Backer, até que o processo de apuração que se encontra em curso no âmbito do Estado de Minas Gerais seja concluído.

A Vigilância orienta ainda que os estabelecimentos que comercializam a Belorizontina adotem medidas para impedir o consumo desses produtos, retirando-os da sua área de venda até a conclusão do processo investigativo. Os estabelecimentos comerciais que desejarem podem se reportar diretamente à Cervejaria Baker para que a mesma proceda ao recolhimento dos produtos.

A Prefeitura informa ainda que os consumidores que possuam em casa a cerveja Belorizontina e desejam se desfazer do produto em Montes Claros, poderão entregá-lo à Gerência de Vigilância Sanitária, na avenida Dulce Sarmento, nº 2076 – Bairro Monte Carmelo, em horário comercial. Tais produtos ficarão sob a guarda da instituição pública e se constituirão, caso necessário, em objeto amostral para futuras análises. Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone (38) 2211-4363.

Intoxicação

A intoxicação provoca sintomas como mal-estar e dores abdominais. Os rins começam a parar de funcionar e depois aparecem sintomas neurológicos: problemas na visão e paralisia facial, que pode aumentar e chegar ao corpo inteiro. Nos casos mais graves, a pessoa só respira com a ajuda de aparelhos.

Entre o Natal e as duas primeiras semanas deste ano, ninguém sabia o que estaria causando esses sintomas, e o número de casos só aumentava, já constando quatro casos de mortes e 15 pessoas internadas em estado grave.

Segundo os médicos, o tratamento das vítimas pode durar meses e pode haver sequelas.

O que diz a Perícia 

A Vigilância Sanitária de Minas recolheu garrafas nas casas das famílias das vítimas e a perícia confirmou que estavam contaminadas com dietilenoglicol, uma substância altamente tóxica.

A cervejaria Backer, que produz a Belorizontina, diz que não usa essa substância, e sim uma outra, chamada monoetilenoglicol que é liberada.

A polícia ainda está investigando como o dietilenoglicol foi parar em 32 lotes de 10 cervejas produzidas pela Backer. Todos foram retirados do mercado. A polícia disse ainda que têm vários lotes contaminados, em tempos diferentes. Essa característica na investigação deixa a entender que, se houve uma sabotagem, ela foi realizada em longo prazo, de forma contínua, mas nenhuma linha é descartada neste momento.

O Ministério da Agricultura interditou a fábrica da Backer até o fim das investigações.

**Escrita pela repórter Letícia Fernandes