Familiares e amigos da Lívia Sanches Lima, de dois anos, em Pirapora, estão em busca de um doador compatível de medula óssea. A menina, que já fez o primeiro transplante em abril de 2019, luta novamente contra o câncer desde a última segunda-feira (6 de janeiro) na qual passou mal e foi levada para o Hospital Albert Einstein em São Paulo, onde foi constatado que a doença teria voltado; e já na quarta-feira (8) ela iniciou a quimioterapia.
A mãe da pequena Lívia, Narjara Dayane Santos Lima, de 30 anos, é natural de Pirapora, no Norte de Minas, e conta que a filha desde o início de 2018 luta contra o câncer.
“Quando recebi a notícia da volta da doença, pensei que minha filha fosse morrer e eu gritei por diversas vezes que não queria ver minha filha em um caixão. No segundo dia eu coloquei os pés no chão e disse: É hora de lutar! E desde então é o que estamos fazendo, lutando!”, ressalta.
Lívia nasceu no Rio de Janeiro e atualmente mora em Osasco (SP) devido a facilidade para realizar o tratamento necessário. Narjara Dayane ainda conta que o ano de 2019, foi vivido por toda a família como o ano da alegria, devido o tão esperado transplante realizado em janeiro e quase não tiveram problemas ou internações desde a alta após a cirurgia, mas que agora em 2020 precisam muito de esperança para encontarem um novo doador.
“Os médicos me avisaram que reiniciariam a busca por um novo doador, o que nos fez também voltar a conscientizar as pessoas da importância do cadastro e como possível doador de medula óssea. Encontrar alguém compatível é difícil, tem gente que fica anos na espera, e quanto mais se espera mais a pessoa sofre por causa da grande quantidade de quimioterapia que é feito para segurar a doença”, diz Narjara Dayane.
Corrida contra o tempo
Desde o laudo da volta da doença, familiares e amigos correm contra o tempo. A avó da criança, Maria Aparecida Santos, técnica em Radiologia e que mora em Pirapora, está fazendo uma campanha mobilizando a cidade para tentar salvar a vida da netinha.
“A procura tem sido muito grande, já temos uma lista de espera de 70 pessoas. É uma campanha para salvar a Lívia e de conscientização. Pedimos que a população que compareça ao Hemocentro de Montes Claros para nos ajudar. Quanto mais pessoas doarem, mais chances teremos de encontrar um doador compatível”, reforça a avó da Lívia.
A campanha se baseia em reunir pessoas que tenham interesse em realizar o teste para saber se são compatíveis ou não. Para ajudar nessa luta, a Secretaria de Saúde da cidade de Pirapora liberou, sempre que estiver disponível, um micro-ônibus com capacidade de 25 lugares para realizar o transporte das pessoas de Pirapora para o Hemocentro de Montes Claros, toda segunda-feira. A primeira turma será no próximo dia 20.
“A doença que acomete Lívia é cruel, e uma das mais agressivas! Não posso dizer quanto tempo ela consegue esperar um doador, ela já passou por um transplante e por um ano de quimioterapia, o corpinho dela já sofreu bastante, então vamos conscientizar os familiares e amigos que o câncer não espera, e quanto mais pessoas cadastrarem, maior a chance desse sofrimento acabar’, enfatiza Narjara.
Como se cadastrar
Para colaborar com a campanha, basta ir ao Hemocentro Regional de Montes Claros e coletar uma amostra de sangue. De acordo com o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) a doação não aparentada, aquela que o doador não é da família, são de 1 em cada 100 mil pessoas, em média.
O cadastro do Redome é válido em todo Brasil, e se surgir alguma pessoa compatível, o doador é encaminhado sem custeio algum até o local que o receptor estiver.
Quem pode doar
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário ter entre 18 e 55 anos de idade; as doações podem ser feitas em qualquer Hemocentro do país; deve estar em bom estado geral de saúde; não ter doença infecciosa ou incapacitante; não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico e, é necessário apresentar documento oficial e original com foto.
O Hemocentro de Montes Claros fica localizado na Rua Urbino Viana, nº 640, no Bairro Vila Guilhermina. Para maiores informações podem entrar em contato pelos números (38) 3218 7813 – (38) 3218 7814.
** Escrita pela repórter Letícia Fernandes / Sugestão de pautas pelo telefone: (38) 9.9105-8500.