O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgou, no início do mês de agosto deste ano, o Atlas da Violência – Retrato dos Municípios Brasileiros 2019. Montes Claros reduziu, entre 2016 e 2017, a taxa de homicídios, de 27,1 para 20,3, a cada 100 mil habitantes, e ocupa atualmente a 18ª posição entre as cidades menos violentas do Estado.
O estudo analisou 310 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes em 2017 e tem como base de dados o Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS). Um dado que chama a atenção é que a cidade não figura entre os 120 municípios que acumulam 50% dos homicídios estimados em 2017.
Na lista das cidades menos violentas, a maior cidade do Norte de Minas apresenta taxa estimada de homicídios de 20,3 para cada 100 mil habitantes, sendo assim menos violenta que cidades com população menor, como Ubá, Divinópolis, Ibirité, Sete Lagoas, Sabará, Araguari, Santa Luzia, Vespasiano, Ribeirão das Neves e Governador Valadares. Esta última, com população estimada em pouco mais de 280 mil habitantes, apresentou índice de 42,8. A cidade de Passos (114 mil habitantes) foi considerada a cidade menos violenta do Estado.
Levantamento
O levantamento apontou que dos 20 municípios com menores taxas estimadas de homicídio por 100 mil habitantes no Brasil, 14 estão no Estado de São Paulo, três em Santa Catarina e outros três em Minas Gerais. Nesse grupo, os indicadores de desenvolvimento humano são mais parecidos com os países desenvolvidos.
Enquanto nos cinco primeiros municípios menos violentos, com mais de 100 mil habitantes, a taxa estimada de homicídios varia entre 2,7 e 5,8, nos municípios mais violentos essa taxa varia de 145,7 a 115,6. Dos 20 mais violentos, 18 estão no Norte e Nordeste do País. O município mais violento do Brasil, com mais de 100 mil habitantes, é Maracanaú, no Ceará, com taxa de homicídios de 145,7. Em segundo lugar está Altamira, no Pará, com 133,7; seguida de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, com taxa de 131,2 homicídios.
De acordo com o estudo, os municípios mais violentos têm 15 vezes mais homicídios relativamente que os menos violentos. Na avaliação da direção do Ipea, o Atlas da Violência identificou uma heterogeneidade na prevalência da violência letal nos municípios e revelou que há diferenças enormes entre as condições de desenvolvimento humano nos municípios mais e menos violentos.