Vestir uma roupa, calçar um sapato, pegar um objeto no quintal e outras atividades rotineiras podem se tornar um perigo se não observados alguns cuidados diante dos riscos que oferecem os animais peçonhentos. Pequenos, eles se escondem e acabam causando acidentes com crianças, adultos e idosos.
O Hospital Universitário Clemente de Faria, da Unimontes, único 100% SUS em Montes Claros, chama a atenção para os cuidados que devem ser tomados diariamente em casa ou no trabalho para se evitar acidentes com escorpiões, cobras, aranhas, lagartas, abelhas, marimbondos, dentre outros.
Segundo o último levantamento do Núcleo de Vigilância Epidemiológica em Ambiente Hospitalar (Nuveh), do HUCF, em todo o ano de 2018 foram atendidos 3.217 casos de ataques no Hospital Universitário.
Somente entre janeiro e junho deste ano, ainda conforme o Núcleo, foram 1.581 ataques de todos os tipos. No mesmo período do ano passado, foram 1.453 ataques. O crescimento chega a 8,8%.
O escorpião é o que mais provoca acidentes entre os considerados peçonhentos. Segundo os dados levantados pela Nuveh, somente entre janeiro e junho do ano passado foram 1.280 ataques de escorpiões. No primeiro semestre deste ano, o número aumentou para 1.379 ataques. Crescimento de 7,74%. Em todo o ano passado foram 2.908 ataques de escorpião atendidos pelo HUCF.
A média mensal de casos atendidos no HUCF de ataques de escorpiões em todo o ano passado foi de 242,33 (2.908 atendimentos). No primeiro semestre deste ano, média mensal de pessoas atendidas no hospital vítimas de escorpião foi de 114,91 atendimentos/mês (1.379 atendimentos). Já nos seis primeiros meses de 2018, a média foi de 106,66 atendimentos/mês no HUCF (1.280 atendimentos).
O médico e coordenador da Clínica Médica do Pronto-Socorro do HUCF, Guilherme Braga Muniz, explica que todo cuidado é pouco quando se trata de ataque de animais peçonhentos. “Deve-se fazer a profilaxia ou prevenção na residência, como limpar o quintal, não acumular lixo, locais de alta umidade, ambientes escuros ou materiais como telhas, madeiras, pois são ambientes ideais para estes animais”, disse.
Outra dica, segundo o médico, “olhar sempre as roupas e sapatos antes de usar. E em caso de vir a ser atacado, procurar imediatamente o hospital mais próximo ou o HUCF que é referência nestes casos”.
Segundo ele, as pessoas precisam se esclarecer sobre algumas crendices. “Na verdade, nunca acreditar, como amarrar o local com torniquetes para evitar que o veneno corra pelo sangue, fazer sucção do veneno, entre outros. Ao chegar ao hospital, o médico fará a avaliação e o classificará conforme a gravidade em leve, moderado ou grave e tomará as condutas devidas”, destacou o clínico geral.
Soro antiveneno
E sobre a falta de soro antiveneno, o médico explicou que os estoques do HUCF estão baixo, mas que não faltou doses para atender à demanda diária. “Continuamos atendendo normalmente a população da nossa área de atuação. Nada mudou”, ressaltou o médico.
Na última sexta-feira, 12, gestores municipais de saúde do Norte de Minas aprovaram o encaminhamento de solicitação à Comissão Intergestora Bipartite (CIB), para que o Ministério da Saúde (MS) seja acionado com o objetivo de resolver o problema da regularização dos estoques de soros antibotrópico, antiescorpiônico e antirrábico no Estado.
Notas informativas divulgadas em 2016 e neste ano pelo Ministério da Saúde revelam que, “atualmente, dois dos três laboratórios permanecem em processo de validação de seu parque industrial, e a produção e o fornecimento dos antivenenos ao Ministério da Saúde continua sofrendo impactos como a redução dos quantitativos disponibilizados pelos laboratórios produtores e constantes alterações e reprogramações de cronograma de entregas”.
(Com informações da Agência Minas).