A Superintendência do Ibama em Minas Gerais informou nesta quarta-feira (15 de maio), que o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) em Montes Claros e Juiz de Fora, no Norte e Sul de Minas, encerraram as atividades após o corte de 25% no orçamento determinado pela Secretária do Meio Ambiente.
De acordo com a instituição, as duas unidades que foram fechadas recebiam cerca de 5.000 animais anualmente. Além de receber animais apreendidos de ações fiscalizatórias, resgate ou entrega voluntária de particulares, os centros eram os responsáveis de cuidar dos animais vítimas de acidentes, doentes ou resgatados por órgãos parceiros e pelo próprio Ibama.
Na nota divulgada, informa ainda que todos os animais destas unidades serão destinado para locais adequados ou se necessário transferidos para o CETAS de Belo Horizonte. De acordo com Daniel Dias, Analista Ambiental do Cetas de Montes Claros, com o fim das atividades o órgão tem o prazo de 30 dias para realizar a destinação ou soltura dos animais.
“Diante do corte ficou inviável continuarmos com os trabalhos, então estamos seguindo o protocolo de soltura daqueles animais na qual apresentam a capacidade de retornarem a natureza. Aqueles que ainda precisam de tratamentos ou não tem condições de ser reabilitado serão transferidos para outro centro de triagem”, explica Daniel.
Com a determinação de corte da Secretária do Meio Ambiente, Daniel Dias afirma que no posto de trabalho do Cetas no Norte de Minas, dois tratadores serão demitidos e os servidores que compõem a equipe técnica de biólogos e veterinários, até então não tem o destino definido. O ambientalista ainda explica que em casos de novas apreensões será de responsabilidade do órgão fiscalizador encaminhar os animais silvestres para outro Cetas.
A prefeitura de Montes Claros foi procurada pelo Portal WebTerra para comentar o fato, mas até a publicação desta matéria não obtivemos retorno.
Número insuficiente de tratadores
A estrutura de recebimento, tratamento e destinação de animais silvestres em Minas era composta por três Cetas, além do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, localizado em Nova Lima, que permanece em funcionamento. Segundo o Ibama, devido a grande quantidade de animais recebidos, entre 8 e 10 mil por ano, o centro localizado em BH será mantido, mesmo com o número insuficiente de tratadores.
“O Ibama/MG definiu pela desativação das unidades Cetas localizadas em Juiz de Fora e Montes Claros por entender que o impacto do fechamento dessas unidades, apesar de imensurável para as regiões envolvidas, será menor do que o do fechamento do Centro de Belo Horizonte“, diz a nota.
O Instituto ainda ressalta o impacto negativo que pode vir gerar, não só para a fauna silvestre do Estado, mas para toda a biodiversidade brasileira.
“O Ibama reconhece o enorme impacto negativo que tal decisão gera. As perdas são imensuráveis, já que, sem local para destinação, os animais mantidos irregularmente não serão mais apreendidos pelos entes fiscalizadores, o que acaba por incentivar o crime contra a fauna a longo prazo. No entanto, não podemos assumir uma responsabilidade com a vida de animais silvestres, pois Órgão não poderia dar-lhes os cuidados mínimos necessários para garantir a sua sobrevida digna“, finaliza a nota do Ibama.
Escrito por Denise Jorge