Estudantes e profissionais voluntários do projeto Rondon Minas desembarcaram nesta semana nos centros educacionais da Fundação Educacional Caio Martins (Fucam) em Januária, Juvenília, São Francisco e Buritizeiro, municípios localizados no Norte de Minas Gerais, para dar início à última fase do ciclo de ações iniciado em julho de 2017.
Criado em 1966 e desenvolvido pelo Ministério da Defesa em parceria com governos estaduais, municipais e Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas, o Projeto Rondon contribui para a formação do jovem universitário como cidadão e para o desenvolvimento sustentável nas comunidades carentes.
Em Minas Gerais, o Rondon Minas atua há 12 anos. Já a parceria com os centros educacionais da Fucam teve início em 2017. Em áreas vulneráveis destes municípios do Território Norte, 56 estudantes vão desenvolver ações e programas nas áreas de cidadania, meio ambiente, empreendedorismo, entre outras.
Preparação
Para entender como funciona o projeto, inicialmente é preciso saber que o trabalho com os estudantes começa bem antes da atuação em campo. Até desembarcarem nos municípios onde vão atuar, na prática, são realizadas algumas etapas de preparação.
Na primeira fase, é realizado o contato com o município. Na segunda, é feita a seleção e capacitação das equipes de trabalho formadas por estudantes e coordenadores. Na etapa seguinte, é a vez da organização da logística e do planejamento das equipes.
Após essas etapas, é iniciada a atuação em campo dos voluntários, que se deslocam aos municípios, permanecendo por um período de 15 dias.
Rondon Minas na Fucam
Atualmente, o projeto está na fase do trabalho de campo, finalizando um ciclo que começou, em julho de 2017, em parceria com a fundação. Os voluntários, entre eles 56 estudantes e oito coordenadores, estão atuando nos municípios de Buritizeiro, Januária, Juvenília e São Francisco e permanecem nos territórios até o dia 22 de dezembro.
“Dessa vez, estamos atendendo, prioritariamente, os distritos rurais e comunidades quilombolas que pertencem a esses municípios, realizando atividades na área do empreendedorismo, incentivo ao turismo, gestão de resíduos sólidos, revitalização do Rio São Francisco, formação de juventudes e o combate à violência doméstica”, explica a coordenadora do Rondon Minas, Mônica Abranches.
A assistente social e uma das voluntárias da equipe, Maria Gorete Carvalho, explica que o papel realizado pelos universitários nas comunidades promove benefícios a uma população muito vulnerável, por desenvolver um trabalho com a autoestima e, consequentemente, valorizar o ser humano.
“O projeto nos leva a uma experiência fantástica de poder mudar uma situação em uma cidade, comunidade ou grupo. O que mais me marcou até hoje foi ver como ainda existem pessoas sem acesso a coisas simples como infraestrutura urbana, por exemplo”, relata a voluntária.
Laura Ribeiro Melo, de 20 anos, é estudante de Relações Públicas, sempre gostou de atuar em atividades sociais e pela primeira vez é voluntária no projeto. “Para mim a importância Rondon é exatamente essa troca cultural, de conhecimento e aprendizado”, diz.
Laura destaca a riqueza da experiência. “São jovens de várias faculdades e áreas diferentes que vão para um lugar viverem juntos durante 15 dias e realizarem intervenção na comunidade”, explica a estudante. Ela ressalta que o contato direto com a comunidade contribuiu para o crescimento pessoal e profissional.
Um dos produtos que resulta da atuação dos voluntários do Rondon Minas nos municípios é o diagnóstico, que integra o Relatório de Trabalho de Campo, e traz informações sobre a saúde, a educação, a administração e as finanças, o esporte, a agricultura, o meio ambiente, a ação social, as obras, o transporte e a cultura.
Políticas públicas
Ao finalizar o relatório, o documento é entregue oficialmente à prefeitura municipal, transformando-se em um material que traz informações úteis para administração pública local e pode embasar políticas públicas. Em novembro de 2017, as cidades de Buritizeiro, Esmeraldas, Januária, Juvenília, São Francisco e Riachinho, onde estão as unidades da Fucam, receberam a documentação produzida pelo projeto.
A parceria da fundação com o Rondon Minas proporcionou benefícios que vão além dos muros da instituição, fazendo com que ela expandisse o seu papel com a comunidade onde está inserida, ao viabilizar meios para que o trabalho de campo do projeto pudesse ser realizado.
“O grande impacto dessa parceria foi a ampliação do trabalho a ponto de atender não apenas à cidade, mas também as comunidades mais distantes e municípios vizinhos das seis localidades onde atuamos com nossos centros educacionais”, celebra o presidente da Fucam, Gildázio dos Santos.
De acordo com a coordenação do Rondon Minas, em apenas um município, é possível impactar 20% da população, dado comemorado pelo presidente da Fucam, que vê na parceria retornos muito positivos.
“Estou extremamente satisfeito por conseguir fazer com que o trabalho da Fucam pudesse atender a uma população presente nestes municípios que nem imaginávamos atingir. E essa expansão foi ampliada graças ao Rondon Minas”, afirma Santos.
Outro fator importante, fruto do resultado da parceria entre a fundação e o projeto, é a troca de conhecimento e de tecnologias. Os voluntários, além de realizar pesquisas, promovem atividades de interação com a população, envolvendo esporte, cultura, saúde e assistência social.
Mais informações: Assessoria de Comunicação da Fucam – (31) 3916-7814