O Presídio Regional de Montes Claros começa a contar com um instrumento que vai reduzir a entrada de objetos proibidos no local e evitar a continuidade delituosa dos encarcerados, um escâner corporal, que emite feixes de Raios-X e é capaz de inspecionar o corpo humano, dispensando a necessidade de tirar a roupa. O equipamento elimina a necessidade de revistas íntimas vexatórias e agiliza a vistoria dos visitantes.
O aparelho é alugado e custará, anualmente, R$144 mil, durante três anos. O juiz da Vara de Execuções Criminais e do Tribunal do Júri da comarca, Geraldo Andersen de Quadros Fernandes, explica que foi lançado um edital, e que o Conselho da Comunidade, órgão que representa a sociedade na fiscalização do sistema carcerário e na ressocialização dos condenados, elegeu a melhor proposta.
“Atualmente, não conseguimos impedir que pessoas burlem a fiscalização introduzindo drogas e celulares nos presídios. O escâner tem várias vantagens: primeiro, põe fim ao constrangimento que familiares dos detentos sofrem; em segundo lugar, coíbe o crime organizado, dificultando a comunicação de membros de facções. Além disso, melhora as condições de trabalho do corpo funcional e atende a uma reivindicação dos próprios agentes penitenciários, que também sofrem por serem os responsáveis pela exposição dos visitantes. Depois, permite que o procedimento seja mais ágil, aumentando o número de visitas diárias e reduzindo filas e a perda de tempo. Por fim, há inegável humanização da execução penal: algumas avós, mães, esposas, irmãs e filhas deixavam de vir para não se submeterem à revista. São ganhos para toda a comunidade”, enumera.
Pedro Maia, diretor geral do Presídio Regional de Montes Claros, salienta que a aquisição temporária do escâner corporal é de grande relevância, trazendo eficiência e rapidez aos procedimentos e dando dignidade aos envolvidos.
“Isso eliminará a revista vexatória e coibirá a entrada de ilícitos na unidade prisional, bem como reduzirá o tempo de revista dos visitantes e a mobilização dos servidores, oportunizando uma custódia mais efetiva no Presídio Regional de Montes Claros, que possui uma população carcerária de aproximadamente 1.400 presos. O que levava vários minutos passa a gastar segundos, e acaba com um constrangimento que igualava usuários do escâner e operadores”, afirma.