Profissionais de engenharia se reúnem para buscar soluções de patologias na Construção Civil

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Nos últimos anos, a demanda por tecnologias mais eficazes e produtivas na Engenharia Civil promoveu avanços nessa área. A evolução das técnicas de execução tem buscado prevenir problemas e minimizar patologias bastante comuns em edificações, como rachaduras, trincas e infiltrações.

Os estudos avançam e demandam a qualificação constante dos profissionais e ainda abre um nicho de atuação, o de perícia e prevenção de processos convencionais em obras da construção civil. Pela primeira vez no Norte de Minas, o renomado especialista e professor Dickran Berberian esteve em Montes Claros, a convite da Novo Tempo Engenharia, para ministrar o Curso de Patologia de Fundações na Prática da Engenharia Civil, de 19 a 21 de outubro.

Em fevereiro de 2018, dois desabamentos graves ocorreram em Brasília e a pergunta que todos se fizeram foi a mesma: por quê? E a resposta é simples: falta de manutenção.  Este foi de muitos casos nos últimos anos. Porém, uma estrutura de grande porte não costuma desabar de repente. Ela apresenta sinais que precisam ser observados e mensurados por profissionais qualificados para que a correção seja feita a tempo de evitar acidentes. De uma forma mais geral, existem as infiltrações e rachaduras que poderiam ser evitadas com alguns cuidados.

Tiago Salomão Veloso Soares é diretor técnico da Novo Tempo Engenharia, empresa no segmento de sondagem, projetos geotécnicos e fundações na região. Para ele, “a verificação da integridade de materiais e processos se torna indispensável, daí a iniciativa de promover o curso em Montes Claros”.  Ao lado do pai e sócio, o Engenheiro Civil, Geraldo Wagner Soares, especialista em Geotecnia, com 35 anos de atuação na área, exercem ainda perícia e pontuam sobre o assunto. “Os prazos de conclusão de obras estão reduzidos e a mão de obra especializada deficiente e escassa. Essa conjunção de fatores pode acarretar em erros e/ou controle executivo inadequado, comprometendo o desempenho da obra”.

Prevenir para evitar dor de cabeça

Na pauta dos engenheiros, acadêmicos e empresários do setor os principais aspectos da execução e projetos de fundação, sondagem SPT e patologias em fundações. Dickran Berberian, professor de Engenharia Civil da UNB,  explica que a cada três ou cinco anos, toda obra precisa fazer um check-up, período previsto em Lei.

 “Segundo estudos realizados, após a conclusão de uma obra, gasta-se pelo menos 2% de seu valor total apenas em reparos que poderiam ser evitados. Se pegar o problema no início, a solução é mais acessível. Infelizmente, nossa fiscalização de obras é corrupta e gera grandes problemas, como desabamentos, afundamento do prédio no solo e trincas. Além de infiltrações, que são difíceis de tirar e muita gente acha que é defeito da tinta, mas é exsudação. E, por fim, a corrosão que pode derrubar uma obra, por falta de manutenção”, frisa Berberian.

André Fernando da Silva, calculista de fundações e consultor na área de perícia, diz que “tratar este tema ajuda a mudar a ideia de que construir não precisa de exame, especialmente no solo, que é instável e a má atuação de um profissional pode prejudicar todo um projeto”.

O Engenheiro Civil, Matheus Silveira Borges, é coordenador do Curso Técnico em Edificações e Curso Superior em Engenharia Civil, no IFNMG – campus de Januária. Ele diz que já acompanhava os vídeos do Dickran há algum tempo. “Tê-lo no Norte de Minas foi uma oportunidade única para nosso conhecimento profissional e um estímulo a mais para esta turma jovem que está iniciando no mercado de trabalho, mas já com grandes ambições profissionais e de pesquisa acadêmica, no mestrado e doutorado”.

Fábio José Generoso é Engenheiro Civil e professor no campus INFMG de Pirapora, ele lembra que “os imóveis vão envelhecendo e os problemas surgem naturalmente, cabe aos profissionais buscarem as soluções. Em cerca de 25 a 50 anos, a edificação pede uma manutenção. Com as normas exigidas atualmente, as patologias devem ser estudadas com atenção, daí a importância de cursos como este”.