Instituto e Associação fazem parceria para conservação dos papagaios no norte de Minas

Crédito Projeto Charão

Projeto Charão, conduzido pelo Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Passo Fundo (ICB/UPF) e pela Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA), estabelece parceria para conservação dos papagaios no norte de Minas.

Nos últimos quatro anos, após avaliar a crítica situação populacional da espécie, o Projeto Charão constituiu o Programa Nacional para a Conservação do Papagaio-de-peito-roxo, trabalhando em uma área desde o Rio Grande do Sul até o norte de Minas Gerais, cobrindo boa parte da área da distribuição da espécie. Uma expedição que terá duração de 21 dias tem monitorado a espécie na região mineira, especificamente próximo da divisa com a Bahia. A atividade conta com a participação do biólogo da conservação, Roberto Tomasi Junior, integrante do Projeto Charão e acadêmico do curso de Ciências Biológicas da UPF.

Conforme o professor Dr. Jaime Martinez, coordenador do Projeto Charão, o norte de Minas Gerais tornou-se uma área importante, em função de abrigar uma população bastante isolada do papagaio-de-peito-roxo. Segundo ele, a grande distância desde o Rio Grande do Sul tornou as atividades na região com muita demanda de tempo para os deslocamentos da equipe, com custos mais elevados. “Como aquela região também é área de ocorrência de outra espécie de papagaio, o papagaio-chauá, que é objeto de estudo e de ações de conservação de um projeto conduzido pela Fundação Neotrópica do Mato Grosso, e do Parque das Aves de Foz do Iguaçu, foi constituída uma parceria entre ambas as iniciativas”, comenta ele.

Para a expedição, o Projeto Papagaio-Chauá e o Programa Nacional para a Conservação do Papagaio-de-peito-roxo estão realizando um trabalho conjunto, compartilhando as equipes de campo, recursos para deslocamentos, hospedagem e alimentação. “A expedição já obteve significativos resultados sobre a localização de ninhos de ambas as espécies de papagaios, orientando as comunidades locais sobre a proteção dos sítios de reprodução das aves, com visitas a escolas, proprietários rurais e poder público dos municípios da região”, destaca Martinez.