Após o anúncio do fim de racionamento pela Copasa, vereadores de Montes Claros usaram a tribuna da Câmara Municipal para indagarem e discutirem sobre a atitude da companhia, ocasionada pela liberação da adutora do Rio Pacuí.
“A interrupção do racionamento da água é de uma total irresponsabilidade que coloca em cheque, de novo, a vida da sociedade montes-clarense, porque a barragem do rio Verde-Grande está com 25% ou um pouco mais da sua capacidade de abastecimento. O mais responsável seria trazer a intermitência 24 horas. A politicagem do nosso país ainda coloca em cheque a sobrevivência das pessoas, porque a barragem não tem como sustentar a população, caso não chova”, relata o vereador, Sóter Magno.
De acordo com a Copasa, o nível da Barragem de Juramento, nesta quarta-feira (19), é de 26,27% da capacidade de armazenamento. De terça para quarta, o nível teve alteração de – 02 centímetros.
“Achamos muito temerário a Copasa e o Governador divulgarem que o problema hídrico de Montes Claros está resolvido, anunciarem o fim do racionamento, em um momento de seca. De certa forma, a notícia estimulou a população de voltar a usar água sem responsabilidade. Sou a favor de interromper, desde que tenhamos segurança física para isso”, afirma Cláudio Prates.
A principal desconfiança dos parlamentares é que a decisão de liberar as obras do Pacuí seja uma manobra política, já que 2018 é ano de eleição.
“Tenho certeza que a decisão veio de cima para baixo, de Belo Horizonte para Montes Claros e para mim é meramente politiqueira, em um momento complicado e peço a população que avalie bem. Nós sabemos qual é a solução, sempre fizemos a defesa de Congonha, nós precisamos de uma medida a longa prazo, estamos muito preocupado com a situação. Neste período eleitoral dizer que a crise hídrica está resolvida, não está. Como vamos ficar se depois não chover? Acabou o período eleitoral e acabou o paraíso? Como vamos resolver nosso problema em Montes Claros? Vamos continuar economizando água, fazendo nosso papel montes-clarense”, ressalta a vereadora, Maria Helena.
A previsão é que uma audiência pública seja realizada para a discussão do assunto junto a Copasa, Prefeitura, Vereadores e população.
“Em uma conversa dos vereadores com o prefeito, ele nos relatou aquilo que a Câmara já havia dito, sobre a preocupação da Copasa ter suspendido o rodízio sem comunicar a Casa Legislativa e a prefeitura. Entendemos que só a conclusão da obra da adutora não é motivo suficiente para dizer que o problema do abastecimento foi sancionado”, finaliza Cláudio Prates.