Postos de combustíveis amanheceram lotados, na manhã desta sexta-feira (25), em Montes Claros, pois 70% deles não tem mais combustível.
Segundo o Diretor Regional da MinasPetro, Gildeon Durães, hoje, o pouco estoque de etanol que tinha, acabou e de gasolina comum e aditivada certamente acaba até o final do dia.
“Os postos têm filas quilométricas e falta combustível em todos os postos, e o que eu posso afirmar é que a gasolina de Montes Claros, hoje, acaba, não vai encontrar em nenhum lugar, caso não acabe a paralisação”, afirma.
Gideon afirma que é exatamente o combustível que para tudo, e a forma de atingir diretamente a todos, é parando o abastecimento.
“A paralisação só vai ter voz quando interferir na população de forma geral, pois sem combustível o País não anda, não tem alimento, não tem nada, são complicações que só vão piorando e Montes Claros de forma geral foi uma privilegiada, porque a base de carregamento é aqui na cidade e os caminhões conseguiram abastecer até a quarta-feira, depois disso fechou tudo e agora começa faltar”, explica.
Mirabela, Janaúba, Januária, Espinosa, Mato Verde, Taiobeiras, Salinas, regiões da BR-251 e 416, Itaobim, Pedras Azul e Medina, além de outras cidades enfrentam essa crise.
Na base de Montes Claros, ainda possui gasolina e têm caminhões carregados, mas eles não conseguem sair.
Superlotação
Na Avenida Deputado Plínio Ribeiro, o Super Posto, há filas quilométricas de motociclistas que precisam abastecer, pois, não encontraram gasolina em outros postos, já que a paralisação dos caminhoneiros afeta o transporte de combustível.
O vendedor Alex Gusmão, disse que está há mais de 40 minutos na fila e, mesmo enfrentando dificuldades na cidade, é a favor do movimento.
“Não tem gasolina na cidade, eu rodei de seis a sete postos em busca e só encontrei aqui neste posto, mas mesmo com todos os obstáculos temos que ter mudanças no País e não podemos pagar pelos erros que o governo comete e sou a favor da greve”, afirma Alex.
O posto adotou uma medida de organização, onde estão sendo determinadas uma variação dos veículos que irão abastecer, a fim de garantir que todos sejam atendidos.
Um frentista, que não quis se identificar, está organizando a fila, para não causar transtornos, pois, até um determinado número serão abastecidas motos, em seguida, carros e depois as motocicletas, que são o volume maior.
“Só temos gasolina aditivada e a expectativa é de que atendamos todos da fila, mesmo que estamos com um nível baixo nas bombas, que acabará rapidamente” explica.
O mototaxista Marcos Victor, está há 1h30 na fila e diz que ninguém merecia passar por esse transtorno.
“A dificuldade para mim é ainda maior, pois preciso da moto para garantir o meu sustento, mas sem combustível não tem como rodar, estou aqui desde cedo e ainda não consegui abastecer. Mesmo com essa dificuldade eu apoio a greve dos caminhoneiros, pois eles foram os únicos que tiveram coragem de mobilizar o País inteiro e nós temos que ajudar fazendo toda economia possível para que eles persistam com o movimento”, declara o mototaxista.