A 20 dias do maior espetáculo mundial do futebol, a Copa da Rússia já aquece o comércio. O espírito de patriotismo movimenta a população e aflora todos os sentimentos. A maior festa tem sido feita pela criançada, que coleciona álbuns e inúmeras cartinhas. Rita Melo, dona de uma banca, tem aproveitado a empolgação e é visto com bons olhos.
“O movimento aumentou 100%, porque revistas e jornais não têm mais procura como antes, por causa da internet e das mídias, então as cartinhas trouxeram de volta o movimento e a clientela. Além disso, resgatou a socialização, onde as pessoas afastam do virtual e acabam se interagindo, fazendo amizades, aprendendo a negociar e ensinando as crianças a ser empreendedor”, relata.
As trocas de figurinha são realizadas nos sábados e domingos, pela manhã. Além desse ponto, em Montes Claros têm vários outros espalhados. No bairro Morada do Parque, no bar Vida Boa, aos sábados pela tarde. No Montes Claros Shopping, um cantinho de troca foi reservado para os amantes do esporte e funciona todos os dias. Em frente a banca da Igreja da Rosa Mística. O que não faltam são opções na cidade.
“A Copa do mundo beneficia o comércio. Nós vamos emendar a festa junina, junto com a copa do mundo e a exposição, então é hora do comerciante olhar com estratégia para saber o que pode aproveitar com essa movimentação. O período de Copa é um período de confraternização”, explica Ernandes Batata, Presidente do CDL.
Segundo Ernandes, restaurantes, bares e supermercados também lucram com o momento vivido.
Em uma loja de brinquedos, cerca de R$ 6 mil foram aplicados em compras de cartinhas e álbuns, um valor de pedido considerável padrão.
“O retorno nos surpreendeu, porque esse pedido esgotou em duas semanas. Nós já temos o planejamento de mais produtos relacionados à Copa, tem uma promoção de artigos da Copa. A movimentação gerada é bem positiva porque aumento o fluxo de clientela tanto para as figurinhas, de comprar ou trocar”, relata o gerente da loja, Thales Freitas.
A Copa gerando educação
O empresário, Gilberto Gualter, é pai de três filhos e, constantemente, leva o Pedro Henrique, de oito anos, para trocar cartinhas na banca da Praça da Igreja Rosa Mística.
“O principal motivo de levá-lo é o incentivo ao patriotismo, fazer com que ele sinta orgulho do Brasil, a pátria dele. Além disso, ele aprende a negociar, perde a timidez e faz novas amizades, tanto ele, como eu, que acabo conhece pais de colegas dele. Quero que ele aprenda com a vivência da negociação e leve por toda vida, as experiências negativas e positivas”, declara Gilberto.
Mais do quê aprender a negociar, a troca de cartinhas envolve questões pedagógicas e de muito aprendizado em diversas áreas. Além de ensinar a ter um consumo consciente.
“O nosso planejamento é realizar um momento em nossa escola para que esses alunos realizem a troca ou venda de cartinhas, porque nós entendemos que é uma atividade pedagógica. O fato de a criança buscar a figurinha que ele precisa e se desprender da que não precisa, é um avanço. Além disso, contribui para a socialização, para construir uma autonomia, a ideia do sistema monetário”, reafirma Léa Lopes, diretora da Escola Estadual Dom João Antônio Pimenta.