A superlotação do pronto-socorro da Santa Casa de Montes Claros levou o hospital a acionar o Plano de Contingência. A decisão foi tomada na noite desta terça-feira (6), quando o pronto-socorro da instituição, que tem 20 leitos, contava com 70 paciente internados. Em média a lotação diária da unidade é de 50 pessoas e na manhã desta quarta-feira (7), 63 pacientes continuam na unidade.
O maior hospital do Norte de Minas, que conta com 392 leitos e 80% é destinado ao atendimento de pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), divulgou uma nota informando quais casos estão sendo atendidos e confirmou ainda que não há previsão de cancelamento do plano de contingência.
“Provisoriamente, o hospital está atendendo somente os casos de emergência com iminente risco de morte que chegarem inadvertidamente ao Pronto-Socorro e casos agudos de referência exclusiva (casos com classificação vermelha)”.
O hospital informou ainda que autoridades responsáveis foram comunicadas sobre a situação. Entre elas, Ministério Público Estadual, Secretaria Municipal de Saúde, Superintendência Regional de Saúde.
A Secretária de Saúde de Montes Claros, Dulce Pimenta Gonçalves, ressaltou que a gestão dos hospitais está sob a responsabilidade do Estado e afirmou que a prefeitura tomou as medidas que cabem a ela.
“A Gestão do Serviço Hospitalar ainda é de responsabilidade do Estado e só volta para as mãos do município no mês de maio. Nós não temos controle sobre os leitos, mas fomos avisados sobre a situação caótica e fortalecemos as unidades do Hospital Dr. Alpheu Gonçalves de Quadros que atende 24 horas por dia. Aumentamos o plantão, aumentamos a escala e estamos atendendo toda a população de Montes Claros. Até o momento, não tivemos superlotação e o atendimento está tranquilo, sem nenhuma intercorrência. Este é o passo que cabe a nós para que a população não tenha desassistência”, pontua.
Por consequência do Plano de Contingência da Santa Casa, outros hospitais de Montes Claros, que já atendem um grande número de pacientes da cidade e região, também estão sofrendo com a superlotados. O Hospital Universitário Clemente de Faria, referência em atendidos a picadas de animais peçonhentos, traumas e atendimento a vítimas de abuso sexual, informou que está enfrentando um alto número de atendimentos e também aderiu ao Plano de Contingência.
“O setor tem, hoje, 40 pacientes internados, quantidade superior à capacidade instalada, que é de 20 leitos, mas já chegou a internar mais de 50 pessoas. Diante da situação, o Pronto Socorro prioriza atendimento a casos de urgência/ emergência e referências (acidentes com animais peçonhentos e infectologia)”, informou em nota.
O Hospital Aroldo Tourinho, que atualmente atende a pacientes de mais de 100 municípios do Norte de Minas Gerais e do Sul da Bahia, abrangendo a uma população aproximada de 1.500.000 habitantes. Informou que também aderiu ao Plano de Contingência nesta quarta-feira (7).
“Em razão dessa situação excepcional, o Hospital Aroldo Tourinho estará atendendo somente casos de emergência, com iminente risco de óbito, que chegarem inadvertidamente ao Pronto Socorro e casos agudos de referência (com classificação vermelha). Atualmente o Hospital Aroldo Tourinho possui 18 leitos no seu Pronto Socorro. Neste momento, encontram-se ali internados 30 pacientes, número acima das nossas condições humanas e materiais de oferecer atendimento digno, seguro e satisfatório. Na oportunidade, informamos que as autoridades já foram comunicadas sobre a situação, entre elas, o Ministério Público Estadual, a Superintendência Regional de Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e SAMU, bem como as demais instituições integrantes da rede de urgência e emergência”, afirma em nota.
irá se pronunciar por meio de nota, mas até a publicação desta matéria, a nota não foi divulgada.
A Superintendência Regional de Saúde foi procurada, mas até publicação desta matéria, não se posicionou sobre o assunto.