Tecnologia amplia competitividade dos pequenos produtores mineiros

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) deu início à certificação das Granjas Reprodutoras de Suídeos Certificados (GRSCs), com a utilização de tecnologia em dispositivo móvel.

Até então, o trabalho de campo para essa certificação era feito em formulários impressos.

Minas possui o quarto maior rebanho nacional de suínos, com cerca de 5,1 milhões de animais e o terceiro maior rebanho de matrizes fêmeas em reprodução, com 308.854 animais. No Estado, há 29 dessas granjas que abrigam cerca de 39 mil reprodutores de suídeos certificados.

O uso da nova tecnologia trará transparência e agilidade ao processo de supervisão para a certificação das 29 GRSCs. De acordo com o assessor da Diretoria Técnica do IMA, Bruno de Melo, o uso do dispositivo móvel padroniza as atividades, facilitando o trabalho dos fiscais no campo.

O diretor-geral do IMA, Marcílio Magalhães, ressalta que o instituto vem investindo em novas tecnologias para o aprimoramento das ações desenvolvidas pela autarquia.

Pesquisas científicas

“Hoje, a maioria dos pequenos produtores compreende a necessidade, o valor e a velocidade das informações no mundo atual. O uso de smartphones, tablets, notebooks se tornou comum nas regiões rurais”, afirma o gerente da Divisão de Inovação e Tecnologia Ambiental, Diati, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais Emater-MG, João Carlos Guimarães.

Segundo Guimarães, recentemente, a Emater-MG adquiriu dois VANTs, um tipo de drone utilizado para a realização de pesquisas científicas e experimentos, diferente dos modelos mais conhecidos, destinados ao lazer.

“O objetivo inicial é fazer o mapeamento do parque cafeeiro do estado. Posteriormente, a ferramenta será disponibilizada para auxiliar os produtores rurais familiares por meio da assistência técnica”, explica  o gerente.

Agricultura familiar

Nas pequenas lavouras de café, a utilização de equipamentos de ponta e da tecnologia digital tem contribuído para a obtenção de grãos com maior valor agregado, o que tem atraído compradores de outros países.

É o caso do produtor de café Ademilson Noiman Borges, de São Gonçalo do Sapucaí, no Território Sul.

Ele conta que, em 2008, quando passou a administrar a propriedade rural da família, sentiu a necessidade de modernizar os processos para elevar a produção.

“Queria aumentar a competitividade do café porque os compradores internacionais chegam a pagar até cinco vezes mais pelo produto em relação ao preço praticado no mercado interno”, destaca Borges.

Para isso, ele informatizou toda a parte administrativa e adquiriu equipamentos de última geração para usar na lavoura. “Comprei um medidor de umidade para selecionar os melhores grãos e foquei no segmento cafés especiais. Ao mesmo tempo, passei a usar uma plataforma virtual que me permite negociar diretamente com torrefadores de café de todo o mundo”, acrescenta.

O investimento valeu a pena. “Em dez anos, consegui elevar a produção anual de 70 para 370 sacas. Cerca de 60% vão para o mercado externo. Neste ano, pretendo chegar a 740 sacas. Quero construir uma estufa para facilitar a colheita seletiva e obter grãos ainda melhores”, afirma o produtor, que tem buscado conscientizar outros agricultores da região quanto à importância de se aderir às novas tecnologias.