Coluna Vida em Sociedade: O fantasma real que assombra a humanidade

Imagem ilustrativa | Divulgação

“Aquele que é fiel nas coisas pequenas será também fiel nas coisas grandes. E quem é injusto nas coisas pequenas, sê-lo-á também nas grandes.” (Bíblia Sagrada, Lucas, 16:10). Essa passagem bíblica nos remete a momentos marcantes da história da humanidade. Por conseguinte compreendemos que também hoje muitos de nós ainda não soubemos agir e sermos fiéis no que é pouco. Parece-nos que o ser humano se torna em algumas ocasiões tão ambicioso e, por vezes, ganancioso que até perde a noção do que é valor social e porque não falar do que é legal, prioritário e assertivo. Vale dizer que neste mês também comemoramos o Dia Internacional contra a Corrupção. A data é celebrada em 9 de dezembro. Foi declarado pela Organização das Nações Unidas desde a Convenção ONU contra a Corrupção no ano de 2003 na cidade de Mérida, no México.

Ainda há quem acredite que ser corrupto é particularidade exclusiva de agentes políticos que se utilizam de recursos públicos em benefício pessoal ou de terceiros. Pois não! Vejamos que etimologicamente, o termo “corrupção” surgiu a partir do latim corruptus, que significa o “ato de quebrar aos pedaços”, ou seja, decompor e deteriorar algo. Nesse entendimento, tal ato, quase subversivo, se inicia não raramente em pequenas ações do dia a dia e pode, além disso, se tornar o que conhecemos como o desvio de verbas públicas em favorecimento de si, com objetivo somente de “tirar proveito próprio”. O problema é que boa parte da humanidade pode se tornar egoísta e, por conseguinte corrupta quando, por exemplo, em um gesto simples “fura a fila” no supermercado. Ou ainda quando encontramos um objeto qualquer jogado ao chão em um ambiente coletivo e simplesmente o embolsamos sem pelo menos pensarmos ou nos perguntarmos se alguém poderia ter perdido aquilo e se precisará dele. Acenos que são feitos até de forma inconsciente, pois o ser “esperto” sobre os outros em alguns meios infelizmente já se tornou “normal”.

De outro modo, é clarividente que, como certa vez disse o filósofo e escritor alemão, Friedrich Nietzsche, “não há fatos eternos, como não há verdades absolutas”. Lado outro é preciso voltar, por vezes, em nossa primeira infância e olharmos a vida com os olhos da sinceridade e da transparência. E nesse intuito podermos retornar ao senso de responsabilidade social e de consciência coletiva.  Tal conhecimento nos diz que, quando pararmos de agir como se fôssemos únicos no mundo, muito provavelmente iremos compreender que além de não estarmos sós, todos que estão ao nosso lado serão de certa forma a nossa ramificação. E devemos contar com eles, assim como eles também devem se espelhar e contar conosco. Então verdadeiramente poderemos seguir juntos para tecer e propagar a corrente da paz e do bem que nos auxiliarão a encontrar o valor de sermos fiéis antes e depois, nas pequenas e nas grandes vultosas maravilhas que estarão por vir.